Aumenta incidência de infarto do miocárdio entre jovens

Estressados, fumantes, sedentários e comendo mal, jovens na faixa etária entre 20 e 40 anos estão sofrendo mais infartos do miocárdio. Nos principais hospitais cardiológicos de São Paulo, eles representam, em média, 12% dos casos. Há dez anos, não passavam de 6%. Nos EUA, o índice médio de infartos em jovens é de 4%. Não há no país uma estatística consolidada sobre esses casos, mas eles já fazem parte da rotina dos maiores serviços de emergência da capital paulista. Antigamente, a gente fazia festa quando chegava um infartado com menos de 40, era uma curiosidade entre os médicos. Hoje, ninguém mais estranha, virou algo comum, diz o cardiologista Marcelo Ferraz Sampaio, responsável pela sessão de biologia molecular do Instituto Dante Pazzanese. A cada dez dias, Sampaio atende a pelo menos um paciente que infartou antes dos 40 anos. Há dez anos, era um por mês, lembra. O médico fez a primeira pesquisa científica do país sobre infarto em jovens – foi publicada em revista científica internacional e ganhou prêmio – e constatou que eles representavam 11% dos atendimentos no Dante Pazzanese. Em dois anos, o cardiologista avaliou 249 infartados com idades entre 17 e 40 anos, 60% deles com menos de 30 anos. A maioria (60%) era homem. Hoje o jovem está no mercado de trabalho muito cedo, passa por um estresse grande. Um fato que chamou a atenção do médico foi a alta incidência de fumantes entre esses jovens: 91%. Esse foi o principal fator de risco, além dos antecedentes familiares [presentes em 45% dos infartados]. É muito difícil encontrar um jovem que infartou e que não fume. E o pior é que vemos jovens de 12, 13 anos fumando.