Pesquisadores da USP domam superproteína que produz osso

Em três anos, numa visão otimista – ou cinco, na pessimista -, o Brasil terá seu primeiro biofármaco 100% nacional para reposição óssea. O desenvolvimento científico do produto é de responsabilidade do Instituto de Química da USP (Universidade de São Paulo). Os cientistas já têm um acordo com uma empresa brasileira, que será a responsável por dar escala comercial ao invento. O fato de o produto ser feito exclusivamente no Brasil vai diminuir os custos da aplicação para o Sistema Único de Saúde, explica Mari Cleide Sogayar, principal responsável pelo projeto. O grande salto evolutivo que o grupo conseguiu foi domar a superproteína BMP, que participa de vários processos de crescimento ósseo e de outros tecidos de mamíferos, desde o embrião até a fase adulta. Ela é uma proteína bastante complexa, diz Sogayar. Muito conhecidas e usadas nos EUA, duas versões da BMP, a tipo 2 e a tipo 7 (são 15 tipos no total) são identificadas pelos cientistas com a produção de crescimento ósseo. Soma-se a isso o fato de, desde os anos 1960, os pesquisadores já conhecerem os genes responsáveis pela síntese da BMP.