Tratamentos quimioterápico e radioterápico podem fortalecer tumores sólidos

A quimioterapia e a radioterapia, tradicionais tratamentos contra o câncer, podem fortalecer os tumores sólidos, que conseguem se adaptar aos processos do organismo para obter mais oxigênio segundo especialistas da Universidade de Duke, nos Estados Unidos. Em um artigo publicado, neste mês, na revista especializada Nature Reviews Cancer, o oncologista Mark W. Dewhirst e outros especialistas defendem a idéia controversa. De acordo com os autores, de certa forma, essas terapias podem tornar os tumores mais saudáveis. A menos que o tratamento seja muito eficaz em matar muitas, se não a maioria, das células tumorais, você está dando um tiro no pé, destacou Dewhirst. Eles explicam que a radiação e a quimioterapia matam a maioria das células tumorais sólida. Mas, entre aquelas que sobrevivem, as terapias levam a um aumento de um fator regulatório chamado HIF1, que as células usam para conseguir o oxigênio necessário ao crescimento de novos vasos sangüíneos no tumor. Em estudos no laboratório, a equipe descobriu que os ciclos de aumento e redução dos níveis de oxigênio nos tumores podem levar a um aumento na produção do HIF-1 e causar a resistência à radioterapia. E, na opinião dos pesquisadores, essa pulsação do oxigênio em baixos níveis é a chave para que os tumores cresçam mais agressivos. Para os autores, o bloqueio do HIF1 poderia ser uma estratégia potencial para matar essas células tumorais sólidas, principalmente aquelas que são resistentes aos tratamentos convencionais. Isso porque o bloqueio da atividade desse fator afetaria a habilidade do tumor de produzir energia com baixos níveis de oxigênio.