Estrangeiros vêem ao Brasil para tratar Aids gratuitamente

Pelo menos 1.209 estrangeiros vêm e voltam ou vieram e vivem no Brasil para receber tratamento gratuito contra a Aids, de acordo com o Ministério da Saúde. Só em São Paulo, que registra o maior número de casos de HIV no país, são 503 deles. No Rio de Janeiro, há outros 242. Os números, no entanto, estão subavaliados: nem todos os centros de distribuição de remédios estão integrados ao sistema informatizado da pasta. Segundo Eliana Gutierrez, diretora da Casa da Aids, no ambulatório do Hospital das Clínicas há dois cenários: enquanto alguns estrangeiros migram para receber tratamento gratuito, outros, que descobriram ser portadores do HIV por aqui, não deixam o país para não perder o benefício. Isso desperta paixões nos pacientes brasileiros, que sentem são lesados, afirma Gutierrez. Se esses estrangeiros estão no Brasil legalmente ou ilegalmente, essa não é uma questão que vamos atrás, diz Mariângela Simões, diretora do programa de Aids do ministério. Na lista das nacionalidades atendidas, Portugal e Argentina aparecem na liderança, com 181 e 158 pacientes, respectivamente, que recebem o coquetel anti-Aids no país. Além disso, revela Simões, o Brasil trata 3.500 bolivianos na Bolívia e 1.100 paraguaios no Paraguai, ao doar medicamentos a esses países.