CNPq descarta aumento exagerado na pesquisa com células-tronco

O presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Marco Antonio Zago, disse na sexta-feira (30) que a decisão do Supremo Tribunal Federal a favor da pesquisa com células-tronco embrionárias dificilmente causará uma explosão no uso de embriões no país. Para ele, a criação de linhagens de células embrionárias deve ficar restrita a dois ou três laboratórios, devido à sua complexidade. O governo, no entanto, já se prepara para tirar o atraso do país nessa tecnologia. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou ontem que o governo criará no próximo mês uma rede para integrar o trabalho dos grupos de pesquisa do país que trabalham com células-tronco humanas. Segundo Temporão, é preciso recuperar o tempo perdido por causa da indefinição sobre a constitucionalidade do artigo 5º da Lei de Biossegurança que, aprovada em 2005, permitia esse tipo de pesquisa. O Supremo decidiu anteontem pela legalidade do artigo. Infelizmente, o Brasil ficou três anos parado aguardando essa decisão. Foi muito prejudicial, mas é possível recuperar esse tempo perdido, e o ministério está disposto a apoiar institucionalmente, tecnicamente e financeiramente os grupos [de pesquisa] que existem no Brasil, disse o ministro ao inaugurar novas instalações de um ambulatório para atendimento à hanseníase na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio. Ele deu como exemplo desse apoio o investimento de R$ 25 milhões para criação da rede brasileira de pesquisas com células-tronco (tanto embrionárias quanto adultas) e disse que esses seriam apenas recursos iniciais, pois, se necessário, o ministério investiria mais.