Proteína do corpo humano é visada para combater disseminação de Aids

Pesquisadores dos EUA apresentam uma abordagem diferente para combater o vírus HIV: visar não o vírus, mas uma proteína humana que age como inocente útil e permite a entrada no HIV nas células. Os primeiros testes, realizados em culturas de células e camundongos em laboratório, mostraram que a neutralização da proteína ITK (interleucina 2, quinase induzida de célula T), reduz drasticamente a capacidade do HIV de se reproduzir no organismo humano. A ITK é uma proteína importante para ativar os leucócitos T, uma célula muito importante para o sistema imunológico normal, e um dos alvos principais da infecção por HIV, explica um dos autores do artigo que descreve a nova técnica, Andrew Henderson, da Universidade Estadual da Pensilvânia. A ITK tem um papel muito importante na resposta imunológica normal e já foi implicada na asma. Outro responsável pelo estudo, Pamela Schwartzberg, dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) do governo dos EUA, acrescenta que a ITK é essencial na ativação de diversas funções dos leucócitos T que são necessárias para a replicação do HIV. Incluindo a expressão dos genes do HIV e sua entrada na célula, explica. O artigo que descreve o estudo foi divulgado nesta segunda-feira, 28, pelo periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). Conforme o estudo, camundongos submetidos ao tratamento para a inibição da ITK tiveram uma reação imunológica mais lenta à infecção por outros vírus que não o HIV, mas ainda foram capazes de responder a eles. O trabalho afirma, ainda, que inibir a proteína reduziu a disseminação do HIV em culturas de células.