Problemas de segurança pública afeta combate à dengue no Rio de Janeiro

Parte das dificuldades que o país hoje enfrenta para combater a dengue está associada aos problemas na área de segurança pública. A afirmação foi feita em audiência pública, ontem (1º), pelo especialista Pedro Luiz Tauil, da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (ABMT). Por causa da violência, segundo ele, agentes sanitários muitas vezes não conseguem atuar em áreas pobres onde prolifera o aedes aegypti, principal transmissor da doença. Já moradores de bairros de maior poder aquisitivo evitariam dar acesso aos agentes pelo temor a assaltos e seqüestros. Como fator determinante para a proliferação da dengue, no entanto, ele apontou a acelerada urbanização no país, caracterizada pela aglomeração de pessoas em habitações precárias, em áreas sem abastecimento de água e saneamento. Observou que, nesses locais, as pessoas são obrigadas a acumular água de forma improvisada, em reservatórios que favorecem a reprodução do aedes aegypti. Segundo comentou, até coberturas de lajes, típicas em favelas, acabam acumulando água e funcionando como criadouros do mosquito. Tauil considerou ainda que a Baixada Fluminense é a região de maior densidade populacional do país, o que explicaria o fato de estar no epicentro de uma epidemia de dengue no Rio de Janeiro. Em todo o estado, já são registrados, segundo dados da imprensa, mais de 65 óbitos por dengue hemorrágica.