Violência contra o idoso também é assunto de interesse da enfermagem

As palestrantes Adriani Geralda Ribeiro e Jussara Angélica Sardenberg apresentaram aos participantes as formas possíveis de ação da enfermagem na detecção de situações de violência ao idoso no momento do atendimento ao paciente e no encaminhamento. O primeiro passo deve ser uma avaliação crítica e analítica em relação à situação. Mas o grande aliado do enfermeiro na prospecção de evidências de violência ao idoso é a sistematização da assistência de enfermagem (SAE). Seguindo os passos da SAE, o histórico de enfermagem poderá apurar relatos vagos explicando o ferimento ou se há disparidade entre as evidências físicas (ferimentos evidentemente provocados por agressões, por exemplo), relatadas pelo idoso como conseqüência de queda. Demora na solicitação da assistência ou a freqüência da presença do idoso no serviço de emergência também são sinais passiveis de ser detectados pela SAE. No exame físico, o enfermeiro deve observar a presença de contusões, fraturas, problemas de desnutrição ou desidratação e, em visitas domiciliares, a falta de higiene, entre outros. A enfermeira Jussara destacou ainda que a Lei 2012/04 determina a notificação compulsória de violência contra o idoso pelos profissionais de saúde que a constatarem, além da obediência ao código de ética dos profissionais de enfermagem, que pune a omissão do profissional frente a qualquer ato ilegal ou danoso ao seu paciente. No encerramento de sua palestra, a enfermeira Jussara alertou os profissionais a respeito da violência da enfermagem contra o idoso, quando deixa de prestar o esclarecimento necessário, quando ignora suas queixas de dor, quando não dá a devida orientação a respeito das medicações. Ou mesmo num ato aparentemente carinhoso, como tratá-lo de forma infantilizada.