Hospitais de São Paulo adquirem robôs-cirurgiões

Ainda neste ano, brasileiros começarão a ser operados sem que sejam tocados pelos médicos. Quem utilizará os bisturis e as pinças serão robôs, comandados de longe por cirurgiões. Esses supercomputadores marcarão a entrada do Brasil na era da cirurgia robótica. Os primeiros robôs foram importados pelos hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein, de São Paulo. Começarão a operar assim que o equipamento receber o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Não deve demorar, pois a tecnologia Da Vinci – esse é o nome comercial – já está em uso, segundo o fabricante americano, em mais de 300 hospitais dos cinco continentes. O supercomputador se divide em duas máquinas. A primeira é o robô propriamente dito, com quatro braços finos e longos. Na ponta de um deles, há uma câmera. Na ponta dos outros três, as pinças cirúrgicas. No corpo do paciente são abertas minúsculas incisões, de cerca de 1 cm, por onde entram os braços. A segunda máquina é uma espécie de controle remoto, operado pelo cirurgião. O médico vê o corpo do paciente num visor e comanda o robô usando uma luva especial. Cada movimento é fielmente imitado pelo computador. À primeira vista, parece uma videolaparoscopia com auxílio de computador. De fato, a operação robótica tem todas as vantagens das cirurgias minimamente invasivas. Como o bisturi não faz grandes cortes, a perda de sangue é menor, o organismo fica menos exposto a bactérias que causam infecções e a recuperação é rápida e menos traumática. A tecnologia, porém, tem seus inconvenientes. O primeiro é o preço. Cada robô custa perto de US$ 1,8 milhão (R$ 3,5 milhões) – o equivalente a 155 carros populares -, sem contar o material descartável e a manutenção do aparelho. Ainda não se sabe quanto o paciente brasileiro terá de desembolsar. Nos EUA, planos de saúde cobrem o procedimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.