Estados Unidos aprovam novo remédio por via oral contra a Aids

A farmacêutica norte-americana Pfizer informou nesta segunda-feira (6) que a agência dos EUA para Alimentos e Remédios (FDA) aprovou seu novo remédio contra o vírus HIV, o Selzentry, que é o primeiro de uma nova geração de remédios por via oral contra Aids. A nova droga, disse a Pfizer em comunicado, foi projetada para evitar que o HIV penetre nas células sadias, enquanto os remédios utilizados tradicionalmente atacavam o próprio vírus. O novo remédio – também é conhecido como Maraviroc – bloqueia o co-receptor CCR5, que é o que serve como porta de entrada ao vírus. A Pfizer informou que, em testes feitos em pacientes durante 24 semanas, em 45% dos que tomaram Maraviroc o HIV ficou em níveis indetectáveis, enquanto os que tomaram placebo tiveram índice de 23%. Todos os pacientes submetidos ao estudo tomaram um coquetel dos melhores remédios contra a doença, além de já terem tentado outros tratamentos antes. A autorização que a FDA deu é para que a nova droga seja utilizada nos casos de pacientes que tomaram sem sucesso outros remédios e nos quais foi confirmado, com testes diagnósticos, que a cepa do vírus de que padecem está vinculada ao CCR5. Segundo a FDA, entre 50% e 60% dos pacientes que foram tratados com outros remédios contra a Aids enquadram-se nesse caso. As embalagens do Selzentry terão uma tarja preta de advertência, que define o maior nível de toxicidade nos remédios com receita médica. A empresa disse também no comunicado que esse novo medicamento não cura a infecção por HIV, nem previne o contágio pela Aids. Entre os efeitos secundários, está o risco de ataque cardíaco. Os sintomas secundários mais freqüentes podem ser tosse, febre, infecções do sistema respiratório, coceira, dor abdominal e enjôo. A farmacêutica, uma das maiores do mundo, diz no comunicado que espera pôr o novo remédio à venda nos EUA a partir de meados de setembro. A empresa afirmou que já está providenciando para que o medicamento seja comercializado em outros países, sob o nome de Selzentry. A FDA informou que a segurança e a eficácia do novo medicamento ainda não foram estabelecidas nos pacientes, adultos ou crianças, que nunca foram tratados com remédios contra o vírus da Aids, nem em mulheres grávidas.