Enfermeiro brasileiro valida diploma na Itália e explica como fazer esse processo

Muitos profissionais de enfermagem brasileiros têm o sonho de trabalhar no exterior. Além de países como Canadá, Alemanha e Estados Unidos e Portugal, existem outros que são menos comentados a esse respeito, mas que igualmente possuem programas de imigração para profissionais de saúde.

Um desses países é a Itália, onde o enfermeiro brasileiro Vanderlei Pupin irá trabalhar após fazer todo o processo de validação do seu diploma. Residente de São José dos Campos, Vanderlei conta que o profissional brasileiro é bastante valorizado no exterior: “A enfermagem brasileira é muito reconhecida pela sua qualificação tive a oportunidade de ouvir isso de membros da OPI (Ordem das Profissões de Enfermagem da Itália) e de diretores médicos e diretores administrativos. Se você deseja trabalhar fora é muito importante ter um título reconhecido isso te dará poder de negociação, escolha e você não ficará preso a agencia que levam brasileiros, você mesmo poderá negociar e procurar empregos diretamente nas estruturas sanitárias sem intermediários”.

O enfermeiro Vanderlei Pupin validou seu diploma na Itália e passou no exame da Ordem dos Profissionais Enfermeiros

Vanderlei lista quais foram os fatores que pesaram para que validasse seu diploma justamente na Itália: “Desde que me formei sempre tive o desejo de trabalhar no exterior como enfermeiro. Após minha carreira consolidada no Brasil no ano de 2021 decidi pesquisar sobre a validação e escolhi a Itália (Europa) pensando nas proximidades culturais com o Brasil, bem como o idioma. Mesmo a Itália e outros países da Europa precisando de enfermeiros e podendo atuar por decretos emergenciais eu tinha um propósito pois faria uma transição da minha carreira no Brasil. Somente faria isso com o reconhecimento de algo definitivo que não dependesse de decretos.  Eu fiz tudo antes de conseguir, fiz o caminho inverso de muitos imigrantes pois me dá poder de negociação e escolhas pois tenho um diploma reconhecido e isso abre as portas”.

Vanderlei explicou como se dá o processo para imigrar como trabalhador de enfermagem legalmente para a Itália. O processo é duplo e envolve a validação do diploma e o exame na Ordem das Profissões de Enfermagem (Ordine delle Professione Infermieristiche):

“A fase de preparação de documentos dura aproximadamente 4 meses. Em 08/2022 enviei meus documentos para o Ministério da Saúde Italiano em Roma para iniciar o processo. Em julho de 2023 recebi o retorno do meu processo. Durante esse período eles analisam todos os documentos enviados, fazem analise curricular da graduação em enfermagem. Eu não precisei fazer nenhum complemento ou estagio. Um bom resultado depende de um processo bem montado que consiga evidenciar para o avaliador ou comissão. Eu mesmo fiz todo meu processo sozinho sem assessoria, lento e traduzindo os documentos dos órgãos italianos”.

Após essa fase de análise de documentos e reconhecimento do diploma ser concluída com sucesso, vem o esperado exame realizado na Ordine delle Professione Infermieristiche:

“Esse foi o momento de maior tensão”, coloca Vanderlei. “É preciso que conheçamos sobre leis do exercício profissional na Itália, conhecimentos técnicos e conhecimentos de língua italiana, pois o exame é realizado em italiano escolhi fazer o processo na Província de Torino. A comissão de avaliação é composta por um professor de língua italiana e uma comissão de enfermeiros da Ordine. Eles irão avaliar a parte escrita e oral, e para quem tem fluência linguística o exame se torna fácil”.

Tamanha dedicação o levou a ser aprovado em um concurso público na província italiana de Sondrio, aberto a profissionais de fora da União Européia. Para outros profissionais de enfermagem que desejam seguir carreira no exterior, Vanderlei dá exatamente a dica da dedicação: “Exige uma dedicação para entendimento do processo e estudo do idioma que é fundamental para conseguir um bom emprego, e no nosso caso a língua é fundamental pois teremos interação com pacientes, médicos e equipe multidisciplinar. Acredito que tudo que fazemos sempre exigira uma dedicação”, afirma Vanderlei Pupin.

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