Dia da Mulher: Coren-SP faz evento no Hospital da Mulher

O Coren-SP realizou um evento em homenagem ao Dia Internacional da Mulher na manhã desta quarta-feira (8) no auditório do Hospital da Mulher, na região central da capital. O evento contou com a presença de cerca de 200 pessoas e também foi transmitido ao vivo.

A atividade foi aberta pela conselheira Ivete Trotti e pela presidente do Seconci-SP (Serviço Social da Construção Civil), Maristela Honda. O Seconci-SP é a organização social que atualmente administra o hospital especializado em saúde da mulher.

Em seu discurso, Maristela homenageou as profissionais de enfermagem: “Hoje atendemos mais de 200 mulheres por dia em consultas ambulatoriais e fazemos até 35 cirurgias por mês. De nada valeria tudo isso se não tivesse cuidados de profissionais como os de enfermagem. Uma salva de palmas a essas mulheres”.

Maristela Honda e Ivete Trotti na mesa de abertura

Ivete aproveitou a ocasião para promover a valorização das mulheres profissionais de enfermagem, destacando sua importância dentro das instituições de saúde: “que cada uma de nós saiba se colocar no momento certo com empatia com os pacientes. Sintam-se valorizadas, sintam-se importantes dentro dos hospitais. Esse senso de importância acaba se refletindo na humanização da assistência”.

A primeira atividade da manhã foi uma mesa-redonda intitulada “Violência no dia a dia dos profissionais de saúde”, moderada pela conselheira Ivete Trotti e com a participação da conselheira Eduarda Ribeiro, que é enfermeira, advogada e segunda-secretária do Coren-SP; Maria Inês Puccia, enfermeira, professora e consultora em projetos na área da saúde materno-infantil; e Daniela Pedroso, psicóloga e mestre em saúde materno-infantil.

A conselheira do Coren-SP Eduardo Ribeiro em evento da Semana da Mulher

Eduarda falou sobre o ambiente de trabalho e a normalização da violência nele. “O ambiente de trabalho é um tema delicado, pois é onde passamos a maior parte do tempo. É algo muito importante na nossa vida e um espaço social muitas vezes permeado por violência entre colegas e chefias”. Ela explicou que todos tem o direito a um ambiente sadio e com respeito aos direitos humanos. “A saúde do trabalhador é um direito inviolável previsto pela Constituição Federal”.

A palestrante ainda lembrou que a violência, especialmente a violência contra as mulheres, aumentou muito durante a pandemia.

A enfermeira Maria Inês Puccia palestrou sobre violência no trabalho

A segunda fala foi de Maria Inês Puccia, que explicou, entre outras coisas, a relação entre a violência na saúde do trabalhador e o clima organizacional das empresas. “A violência pode se manifestar como a divisão desigual das tarefas, contrato de trabalho abusivo, sobrecarga e acúmulo de tarefas, ritmo de trabalho acelerado e intenso, condições de trabalho insalubres e inseguras, exposição a riscos ocupacionais, acirramento de conflitos interpessoais, estresse, ansiedade, depressão e burnout”.

Já a psicóloga Daniela Pedroso trouxe o enfoque específico na violência contra as mulheres e enfatizou a importância do acolhimento às vítimas. “Temos que considerar as palavras das vítimas de violência. Temos que pensar em cuidados médicos, psicológicos e sociais e reconhecer e apontar o autor como culpado e responsável”, colocou.

A psicóloga Daniela Pedroso realizou palestra em evento do Coren-SP

No tocante ao acolhimento das mulheres vítimas de violência, Daniela explicou que ele deve ser feito com: “empatia como contraposição à simpatia, sensibilidade e não indignação, comunicação ativa e não atitude meramente receptiva, com sugestões específicas ao invés de generalidades, e com cuidado para não revitimizar a paciente”.

Serge Tshiwaka é músico, além de enfermeiro e presidente do projeto social “Saúde, Música e Alegria”

A segunda parte do evento contou com uma apresentação musical feita por Serge Tshiwaka. Além de músico, ele é enfermeiro psiquiátrico e preside o projeto social de humanização hospitalar “Saúde, Música e Alegria”.

Serge contou um pouco de sua história e, com violão em mãos, mostrou algumas de suas composições ao público. Ele interagiu bastante com os participantes da atividade e o tom de sua apresentação foi o acolhimento. “Acolhimento é algo que a enfermagem é expert em fazer”, afirmou.

O evento se encerrou com a palestra “Sagrado Feminino”, feita pela enfermeira Karina Fernandes Trevisan, mestre e doutora em cuidados de saúde. Ela falou sobre a força por trás da energia feminina e sobre como as mulheres podem fazer para tomar contato com essa força.

Karina Fernandes Trevisan encerrou o evento com o tema “O Sagrado Feminino”

“O sagrado é algo interno à gente, é algo que vem conosco. Uma mulher que passa por um trabalho de parto bem cuidado, descobre sua força e sua potência feminina”, afirmou. Karina ainda acrescenta: “O sagrado está relacionado à potência, à força de cada um. É preciso aprender a enxergar o divino inclusive lá nas pequenas coisas”.

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