Coren-SP proporciona nova atividade sobre história, sintomas e tratamentos da hanseníase
O Coren-SP Educação realizou, na terça-feira (24), a atividade “Hanseníase, um desafio para os profissionais de enfermagem” como ferramenta de promoção do Janeiro Roxo, mês dedicado à luta contra estigmas relacionados ao trato de pessoas diagnosticadas com essa doença milenar.
A atividade mediada pela enfermeira de educação continuada do Coren-SP, Gisele Gentil, e apresentada pelo enfermeiro e mestre em Cuidados em Saúde, Carlos Tadeu Maraston Ferreira, abordou inicialmente a história da doença, introduzindo documentos e evidencias históricas responsáveis pelo descobrimento e estudo da patologia.
Na ocasião, Dr. Carlos apresentou, além do trajeto percorrido pela doença, práticas adotadas como forma de tratamento e fatores responsáveis pela disseminação da hanseníase, como a exclusão do convívio da sociedade e até as práticas de extermínio para pessoas que descumprissem as ordens designadas.
No decorrer da atividade, o enfermeiro ainda discorreu sobre algumas políticas públicas que estiveram na legislação brasileira, como a instituição do isolamento compulsório e, posteriormente, aquelas voltadas para a humanização de pessoas acometidas pela doença. Além disso, Dr. Carlos comentou sobre a importância do surgimento da penicilina para o tratamento e realocação dos infectados na sociedade. “O fim do isolamento compulsório se deu devido ao descobrimento da penicilina. Por ser um bacteriostático, esse antibiótico não permite a multiplicação do bacilo, fazendo com que a transmissão da doença seja impedida e, consequentemente, impossibilitando a sua propagação.”, afirma.
Em 2021, devido aos 15.155 novos casos registrados nesse ano, o Brasil atingiu a segunda colocação no ranking de países com mais ocorrências da doença. Segundo dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde, 11,3% desses casos são identificados tardiamente, fazendo com que parte considerável dos pacientes sejam diagnosticados já com a presença de deformidades físicas.
Dr. Carlos define a sistematização da assistência de enfermagem como fundamental para o aprimoramento na prestação de atendimento aos pacientes atingidos. “O processo de sistematização deve estar embasado nas portarias de nível federal e municipal para boa regência do controle, atendimento e acompanhamento dos pacientes infectados pela hanseníase.”
O palestrante ainda alertou que os profissionais devem encaminhar as pessoas com sinais e sintomas da doença, o mais rápido possível, para uma consulta de elucidação diagnóstica. O tratamento é gratuito, é realizado em 06 a 12 meses e, a partir da primeira dose, o paciente já não transmite a doença. Vale ressaltar também a importância do exame dos contatos intradomiciliares.
A atividade ainda abordou a estrutura da bactéria, os procedimentos obrigatórios para diagnóstico e os tratamentos adequados, bem como esclareceu as dúvidas dos participantes.
As atividades do Coren-SP Educação são gratuitas e para participar é necessário inscrição prévia. Confira a programação e se inscreva.
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