Estudantes de curso técnico em Ribeirão Preto produzem vídeos musicais para conscientizar sobre a hanseníase

A enfermeira e professora Ingrid Reny Ribaldo, teve a ideia de fazer uma atividade diferente com seus alunos do curso técnico em enfermagem como forma de conscientização sobre a hanseníase.

A intenção dela foi aproveitar a proximidade do Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase e das Doenças Tropicais Negligenciadas, no fim de janeiro, e fazer uma série de atividades especiais para que os alunos aprendessem mais sobre a hanseníase.

A professora Ingrid e a aluna Marcela, de Ribeirão Preto


“Dentro do nosso plano de curso, Unidade Curricular (UC) intitulada Projeto Integrador, onde os alunos precisam problematizar, desenvolver e sintetizar algo que eles querem trabalhar trazendo à tona as competências adquiridas ao longo do curso. Os alunos que trabalharam o tema ‘Ações educativas em saúde sobre Hanseníase’ tiveram experiência de realizar ações educativas em saúde sobre outros temas em campo de estágio e numa tentativa de sensibilização quanto ao tema, foi propiciado diversas conversas com especialistas da área, rodas de conversas, brainstorming e mapas mentais a fim de que houvesse aprofundamento teórico para que tivessem embasamento para problematizar a situação”, explica ela.

Comemoração do Janeiro Roxo no SENAC de Ribeirão Preto

Após de tomarem contato com o tema, os alunos começaram a pensar em formas de expor aquilo que aprenderam, e tiveram várias ideias. Uma delas foi a postagem diária no Instagram da turma. “Também foi confeccionado cards sobre os sinais e sintomas, com fotos de um acervo médico cedidas, paródia e poesia sobre os cuidados e tratamento, paródia e dança sobre o tema, entrevista simulada com portador da doença para falar sobre como é difícil a obtenção do diagnóstico quando é negligenciado os sinais e sintomas, e como é viver com as sequelas da doença (simulada por alunos, baseada em fatos). Todo o material foi confeccionando pelos próprios alunos, o que os aproximou das tecnologias de vídeo, arte, gravação, entre outros, e dos novos meios de comunicação para uso educacional”, conta Ingrid.

A ação que mais chamou a atenção, no entanto, foi a realização de paródias musicais com dança, em verdadeiros videoclipes com o intuito de conscientizar a população e outros profissionais de saúde sobre a hanseníase. “Da escrita à dança, da fala à posicionamento de cenário, tudo foi pensado e pelos alunos, mas também contamos com o apoio de vários voluntários agregando ainda mais qualidade ao material elaborado. Tudo isso foi facilitado e mediado também pelo professor Fausto Netto”, conta a docente.

Comemoração do Janeiro Roxo

O resultado foi um belíssimo trabalho, cheio de criatividade e informações preciosas.

Uma das alunas que participaram do projeto foi Marcela Ondontina Pereira Goulart, do terceiro semestre. Marcela elencou tudo o que teve a oportunidade de aprender nessa ocasião tão especial: “Aprendi o que é a doença, compreendi como ela ainda é mal compreendida e os tabus e mitos relacionados a ela, observei que muitos profissionais de saúde ainda não sabem o que realmente é, portanto têm dificuldade na identificação precoce da doença (sinais e sintomas), como também na orientação eficaz. Importante ressaltar que ela só tem sintomas agravados e sequelas quando não é feito o reconhecimento precoce e tratamento adequado, pois tem cura”.

Ela conta que também percebeu quantas doenças ainda são negligenciadas, sobretudo nos países pobres e em desenvolvimento: “Para tanto acredito que é necessário investir ainda mais em qualificação para profissionais de enfermagem, a fim de que tenhamos um impacto positivo na sociedade e que consigamos garantir uma saúde de qualidade. Quando difundimos essa informação e ela é disseminada nas redes sociais para todos, nós ajudamos a desmitifica-la, a olhar com cautela e a auxiliar as pessoas que são acometidas pela doença”, conta a estudante.

Além do benefício de aprenderem um pouco mais sobre a hanseníase e outras doenças negligenciadas, o trabalho também trouxe uma série de outros benefícios que contribuíram com a formação dos futuros profissionais de enfermagem, como conclui a professora Ingrid: “o projeto integrador dentro do curso profissionalizante oportuniza trabalho em grupo, organização e responsabilidade, resolução de situações problemas, iniciativa social, determinação e criatividade competências fundamentais para a atuação como Técnico em Enfermagem. Observo que nossos alunos possuem mais resiliência para mudanças e são mais eficazes para tomar decisões e assim chegam mais fortalecidos ao mercado de trabalho”.

Veja os abaixo os vídeos “Trem bala” e “Prepara”

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