Maria Cecília Benatti e o pioneirismo da enfermagem na região de Campinas

A enfermeira e professora Maria Cecília é referência para enfermagem paulista, contribuindo há mais de 50 anos na educação e assistência.

A professora Maria Cecília Cardoso Benatti é uma referência para a enfermagem paulista. Ao longo de mais de 50 anos de carreira, ela soma atuação pioneira tanto na assistência quanto na formação de profissionais.

Maria Cecília (à esquerda) em discurso de saudação proferido por ocasião da visita de membros da ABEn São Paulo à ABEn Campinas, no Salão nobre da Santa Casa de Misericórdia de Campinas (1972)

Nascida em Rio Claro, Maria Cecília se mudou para Campinas para estudar enfermagem na extinta Faculdade de Enfermagem Madre Maria Teodora. “Por escolha, decidi ser enfermeira. Uma escolha da qual nunca me arrependi ou questionei. Queria cuidar de seres humanos”, ressalta ela, orgulhosa.

Tão logo se formou, Maria Cecília foi contratada pela Santa Casa de Misericórdia de Campinas e posteriormente pela Unicamp. “O Hospital de Clínicas estava em construção e a Faculdade de Enfermagem era apenas um sonho”, rememora.

Ela também foi a primeira diretora da Enfermagem do hospital e participou ativamente da comissão de implantação do projeto da instituição. Assim que passou a atuar como docente de enfermagem na Unicamp, quando o curso tinha apenas 3 anos — e o que ela considera como um marco em sua trajetória —, chegou a lecionar 16 diferentes disciplinas.

Maria Cecília (ao centro) na inauguração do quiosque com seu nome, um espaço de convívio dos alunos da Faculdade de Enfermagem da Unicamp (2020, pré-pandemia)

Enquanto a professora ocupava a chefia do Departamento de Enfermagem da Unicamp, em 2002, foi inaugurado o segundo bloco do prédio da universidade, idealizado para abrigar as salas de aula, o laboratório de enfermagem e melhor acomodar as salas dos docentes. “Uma conquista coletiva”, celebra.

Os últimos anos foram marcantes para Maria Cecília, pelo cenário mundial. “Um marco do reconhecimento social veio com a escolha, quase profética, do ano de 2020 como o Ano Internacional da Enfermagem e Obstetrícia, pela Organização Mundial da Saúde”.

E ainda que a pandemia seja para Maria Cecília algo que ela jamais poderia imaginar vivenciar, seu sentimento para o futuro é de muita ação. “Os dias atuais são dias de luta, mobilização e resistência contra os ataques à ciência, à educação, às universidades públicas e aos institutos de pesquisa. Luta por uma sociedade justa e igualitária, com inclusão social e respeito às diferenças”.

Fonte: EnfermagemRevista – Edição nº 29