Sessão Solene de Desagravo Público defende profissionais de enfermagem que sofreram agressões no trabalho

O Coren-SP realizou na manhã desta segunda-feira (13/12) mais uma Sessão Solene de Desagravo Público, em defesa de profissionais de enfermagem que sofreram agressões verbais, psicológicas ou físicas durante o exercício profissional.

“O Desagravo Público é um instrumento previsto pela Resolução Cofen nº 413/2012 e que objetiva coibir ofensas, afrontas e arbitrariedades cometidas contra profissionais de enfermagem”, explicou a segunda-tesoureira da autarquia, Virgínia Tavares, que fez a abertura da Sessão Solene.

Os conselheiros Virgínia Tavares, Luciano Santos e Marcus Vinicius de Oliveira conduzem Desagravo Público

Além de Virgínia, o primeiro-tesoureiro Gésus Andrade, e os conselheiros Marcus Vinicius de Oliveira e Luciano Santos também participaram presencialmente do evento. Os profissionais de enfermagem convidados, assim como a conselheira Andrea Cotait, participaram remotamente do evento.

Ao todo, foram lidas dez Notas de Desagravo, de forma alternada pelos conselheiros Marcus Vinicius e Luciano Santos.

A primeira nota, lida por Luciano, foi em defesa da técnica de enfermagem Natália Nascimento de Oliveira. Natália foi acusada injustamente, por acompanhante de paciente, de ter maltratado a paciente. A profissional também foi ameaçada pela acompanhante dentro do Pronto Atendimento Unimed de Santos, onde trabalhava.

O primeiro-tesoureiro do Coren-SP, Gésus Andrade (à direita) também participou da Sessão Solene de Desagravo Público


Marcus Vinicius leu, em seguida, o segundo desagravo, em defesa da enfermeira Lurdes Coutinho, que trabalhava no Centro de Saúde da cidade de Pauliceia quando foi agredida física e verbalmente pela mãe de um paciente, após um desentendimento por conta de uma vacinação.

Outra profissional desagravada foi a enfermeira Patricia Batista Fuentes, que sofreu agressões verbais e ameaças durante um atendimento prestado na UBS/ESF Palmeiras, na cidade de Jequitiba.

Maria Angela Bruschi Daoglio foi outra enfermeira desagravada durante a Sessão Solene. Ela foi agredida verbalmente e desacatada por paciente que não quis aguardar sua vez de ser atendida em uma USF em Catanduva.

Conselheiros Luciano (à esquerda) e Marcus Vinicius (à direita) se alternaram na leitura das dez Notas de Desagravo Público

Ana Paula Batista Ramos, outra enfermeira desagravada, foi agredida fisicamente por paciente que não quis aguardar sua vez de ser atendida na UBS Laranjeiras, em Sorocaba.

A auxiliar de enfermagem Alice Aparecida Rolim foi desagravada após ter sofrido agressões físicas e verbais por parte de um médico no Pronto-socorro Municipal de Avaré, após um desentendimento durante um plantão na unidade.

A Nota de Desagravo de número 7 foi em defesa da enfermeira Angela Rosa Ortega Souza que, ao lado de outros colegas, foi caluniada e difamada em rede social por um paciente no Hospital e Maternidade de Nova Odessa, após desentendimento durante a triagem.

A enfermeira Cassia Marques da Rocha Hoelz foi a próxima desagravada. Ela e outros profissionais de enfermagem do Núcleo de Saúde Mary Dota, em Bauru, sofreram agressões verbais e impropérios desrespeitosos por parte de paciente que passava por pré-consulta.

O próximo desagravo foi em defesa de toda a Comissão de Ética de Enfermagem da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Eles foram ofendidos e desrespeitados por um casal de pacientes no Hospital Universitário de São Carlos (HU-UFSCar) durante a classificação de risco.

O último desagravo foi em defesa da auxiliar de enfermagem Magda Aparecida Paulino, que sofreu agressões físicas e verbais de mãe de paciente infantil durante atendimento no Hospital Infantil Menino Jesus, na capital.

Magda foi a única profissional a fazer uso da palavra no fim da leitura do desagravo. Ela falou sobre as sequelas que carrega até hoje por conta das agressões sofridas: “Isso me desencadeou uma síndrome do pânico. Fiquei um ano e seis meses afastada e até hoje não consigo trabalhar diretamente com pacientes. Toda vez que entro em contato com pacientes começo a me agitar interiormente”, contou.

O conselheiro Luciano, que fez a leitura da nota, exaltou a coragem de Magda: “Gostaria de te parabenizar por ter se posicionado e exigido o respeito que os profissionais de enfermagem merecem. Não é por menos que a senhora ficou abalada. Já é hora da enfermagem se posicionar e exigir o respeito que merece”, afirmou.

O conselheiro Marcus Vinicius encerrou a Sessão Solene de Desagravo Público, explicando que o Desagravo é um direito dos profissionais: “Sempre colocamos aos profissionais desagravados que contem sobre isso para seus colegas, para que todos saibam que têm esse direito previsto em Resolução do Conselho Federal de Enfermagem”, concluiu.

Veja abaixo a íntegra das Notas de Desagravo lidas na Sessão do dia 13/12/2021

Nota de Desagravo em defesa de Natália Nascimento de Oliveira

Nota de Desagravo em defesa de Lurdes Coutinho
Nota de Desagravo em defesa de Patricia Batista Fuentes
Nota de Desagravo em defesa de Maria Angela Bruschi Daoglio
Nota de Desagravo em defesa de Ana Paula Batista Ramos
Nota de Desagravo em defesa de Alice Aparecida Rolim
Nota de Desagravo em defesa de Angela Rosa Ortega Souza
Nota de Desagravo em defesa de Cassia Marques da Rocha Hoelz
Nota de Desagravo em defesa da Comissão de Ética de Enfermagem da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH)
Nota de Desagravo em defesa de Magda Aparecida Paulino