Encontro no Coren-SP debate estratégias de inovação e empreendedorismo em enfermagem
A atuação do enfermeiro como profissional criativo, gestor e empreendedor foi o tema central do I Encontro de Inovação e Empreendedorismo em Enfermagem realizado nesta terça-feira (16/11) no auditório da sede do Coren-SP. O evento foi organizado pela Comissão Nacional de Inovação e Empreendedorismo (CNIE) em Enfermagem do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e contou com a participação de representantes, presidentes e conselheiros de Conselhos Regionais de Enfermagem de diversos estados.
A mesa de abertura do encontro teve a participação do presidente do Coren-SP, James Francisco dos Santos; da presidente do Cofen, Betânia Maria Pereira dos Santos; do vice-presidente do Cofen, Antônio Marcos Freire Gomes; da coordenadora da CNIE, Marta Ribeiro; do representante do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Flávio Barroso da Costa; e do representante do Ministério da Saúde, Artur de Oliveira.
Em sua fala, o presidente do Coren-SP destacou a importância do estímulo ao empreendedorismo por parte do sistema Cofen/Conselhos Regionais: “Sabemos que grandes experimentos podem surgir de práticas muito simples do cotidiano da enfermagem. É importante que o sistema esteja atento a esse tema, são ações como essa que podem fazer a diferença. Fico contente com o fato do Coren-SP sediar um encontro dessa importância para a nossa enfermagem”, agradeceu.
Flávio Barroso da Costa, representante do Sebrae, agradeceu o convite do Cofen: “É gratificante estar aqui, em meio aos profissionais de enfermagem. Acredito que teremos, neste evento, um terreno fértil para termos grandes parcerias”.
O vice-presidente do Cofen, Antônio Marcos Freire Gomes, afirmou que o encontro é apenas o pontapé inicial em um projeto que deve ser expandido em breve: “A nossa ideia é fazer uma capacitação e, no início do próximo ano, avançarmos com essas capacitações junto aos conselhos regionais”.
A presidente do Cofen, Betânia Maria Pereira dos Santos, destacou a sinergia que existe entre a enfermagem e a inovação e empreendedorismo: “Ocupamos uma posição estratégica, os profissionais de enfermagem são capazes de identificar problemas e desenvolver soluções que impactem o sistema de saúde brasileiro. Também lembro que o empreendedorismo é respaldado pela lei do exercício profissional”, colocou.
Na parte da manhã, o psicólogo Alex de Sousa Bertoldi, da incubadora de inovação SUPERA Parque, de Ribeirão Preto, fez a palestra “Porque Inovar e Empreender na Saúde”. Entre as ideias trazidas pelo profissional, destaca-se a grande importância do relacionamento interpessoal dentro do processo de inovar e empreender. “Nós fazemos inovação se formarmos pessoas e se as pessoas mudarem sua forma de ver o mundo. Criar negócios e produzir ideias foi o que nos trouxe até aqui. O ser humano é a única espécie capaz de criar e sem interação entre pessoas nós não inovamos”.
Um dos conceitos introduzidos por Alex foi o de inovação aberta, onde todos os participantes de um determinado ecossistema são bem-vindos para contribuir com ideias e palpites visando a inovação. “O processo de inovação aberta é como um grande funil. Ninguém produz uma ideia sozinho, sem interagir. Devemos criar ambientes seguros para a inovação, no qual os participantes sintam-se à vontade para propor novas ideias”.
Após a palestra, Alex abriu para perguntas do público sobre o conteúdo da apresentação.
A enfermeira Gabriela Souza de Oliveira, da Bahia, abriu o período da tarde do evento com uma palestra sobre “Enfermagem e Empreendedorismo na era Digital: conectividade e colaboração”. Ela abordou detalhadamente as possibilidades de atuação do profissional de enfermagem na atual era digital, que permitem e exigem dos enfermeiros, obstetrizes, técnicos e auxiliares de enfermagem o desenvolvimento das seguintes competências: protagonismo, adaptabilidade, escalabilidade, comunicação, conectividade, colaboração e educação.
Gabriela frisou a necessidade de educar a população sobre o real papel do profissional de enfermagem: “culturalmente, precisamos modificar a forma como somos vistos e educar a sociedade para nosso trabalho para que aceitem como algo normal um profissional de enfermagem empreender e estar à frente do cuidado”.
Para a profissional, o evento da CNIE é um grande avanço para a categoria: “Estar vivendo este momento hoje é mais um passo para nos conectarmos a pessoas que querem a mesma coisa que nós. Somos mais de 2 milhões de profissionais no Brasil, temos muito potencial e, juntos, podemos transformar a nossa realidade”, refletiu.
O encontro foi finalizado com a mesa-redonda “Estratégias para inovação e empreendedorismo em saúde e Enfermagem do Sistema Cofen/Conselhos Regionais”, com os membros da Comissão de Inovação e Empreendedorismo em Saúde do Cofen (CNIE).