Demanda por serviço home care cresce durante a pandemia

O atendimento em domicílio (home care) é uma modalidade de assistência oferecida aos pacientes, tanto pelo setor público, por meio do SUS, quanto pelo setor privado. Segundo o Núcleo Nacional das Empresas de Serviços de Atenção Domiciliar (Nead), após o início da pandemia do novo coronavírus, houve um crescimento de 35% na busca por esse tipo serviço.

O aumento é decorrente da sobrecarga nos hospitais, resultando na migração dos pacientes para suas residências, quando possível. Por outro lado, muitas pessoas ficaram com medo de se contaminar indo a hospitais e, quando necessitavam de assistência, optavam pelo atendimento em domicílio.

A enfermeira Aline Yumi Iwasaki, de 36 anos, atua como enfermeira auditora e vistoriadora na empresa Vidas Home Care. Ela conta sobre a prática da enfermagem nesse setor. “Os técnicos e auxiliares de enfermagem realizam o atendimento na casa, fazendo aplicação de medicação, curativos e banho (dependendo do caso). Quando o paciente está internado, o profissional permanece na residência por seis, 12 ou até 24 horas”.

Segundo Aline, cabe ao enfermeiro dimensionar a equipe de enfermagem, planejar, organizar, coordenar, supervisionar e avaliar a assistência prestada. Competências como organizar e coordenar as condições ambientais, que incluem equipamentos e materiais necessários para fornecer um atendimento seguro e de qualidade, também fazem parte da rotina. Além disso, o enfermeiro deve atuar de forma contínua na capacitação da equipe de enfermagem, executar todos os cuidados de maior complexidade técnico-científico (como punção de Port-a-Cath, passagens de sondas e curativos de cateter de PICC) e gerenciar situações que demandem a necessidade de tomar decisões imediatas.

Enfermeira Aline Yumi Iwasaki

Os requisitos para as famílias serem atendidas em home care são definidos de acordo com a indicação médica. “Primeiro a operadora de saúde solicita o atendimento, a partir daí realizamos uma avaliação do paciente utilizando como critério de elegibilidade a Tabela de Avaliação Para Planejamento de Atenção Domiciliar, desenvolvida pelo Nead. Após esse processo, encaminhamos o resultado para a operadora de saúde junto com o orçamento para autorização do atendimento”, explica Aline.

O técnico de enfermagem Emmanuel Cavalcante Estrella, de 39 anos, trabalha com atendimento domiciliar fazendo curativos e antibióticoterapia (procedimento usado no tratamento de pacientes com sinais e sintomas clínicos de infecção). “Realizo de dez a 13 atendimentos diários, com procedimentos que incluem aplicação de antibióticos, curativos, acesso por punção venosa, entre outros”.

Técnico de enfermagem Emmanuel Cavalcante Estrella

Desde 2020, com a pandemia, os cuidados como utilização de máscaras, uso de EPI e álcool em gel, passaram a ser rotina, tanto para familiares quanto dos profissionais. “Durante os atendimentos, seguimos todas as normas da Organização Mundial da Saúde (OMS). As famílias também são muito conscientizadas com relação a esses cuidados”, completas.

O atendimento em domicílio vai muito além dos cuidados com a saúde. “O profissional que trabalha com home care precisa ter não só conhecimento técnico, mas também possuir empatia, resiliência, paciência, bom senso, ética e saber trabalhar em equipe, para caminhar junto à família do paciente durante o tratamento. Assim como é importante saber respeitar as culturas e crenças de cada indivíduo, pois cada família vive em um contexto social diferente. Tudo isso são características importantes no profissional”, ressalta Aline.

Os profissionais de enfermagem que atuam no home care precisam de mais visibilidade e reconhecimento. Por isso, o Núcleo Nacional das Empresas de Serviços de Atenção Domiciliar lançou uma ação. “Como única entidade nacional representativa das empresas de Atenção Domiciliar, no mês de setembro lançamos uma campanha em defesa da qualidade e da remuneração justa para o setor”, declarou a instituição.

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