Enfermagem do Centro de Reabilitação de Casa Branca humaniza o cuidado a pacientes psiquiátricos
Um antigo leprosário, o Centro de Reabilitação de Casa Branca transformou sua vocação ao longo das décadas. Em 1930, em uma reunião entre municípios da região, para definir o destino das pessoas com lepra, o Barão de Cocais doou um terreno de cerca de 3o0 alqueires para o Estado, onde foram construídas moradias e uma grande estrutura para isolá-las da sociedade. Havia plantações, salão de baile, cassino, cinema, igreja, campo de futebol, entre outras atrações. O objetivo era fazer com que os leprosos se sentissem tão acolhidos que não quisessem mais voltar para o convívio em sociedade.
Por volta da década de 1960, com a extinção das políticas de isolamento obrigatório aos pacientes com hanseníase, o espaço passou a abrigar pessoas com transtornos mentais, recebendo 1.500 novos moradores, que viviam antes no Hospital Psiquiátrico do Juquery, em Franco da Rocha. Porém, o Centro de Reabilitação não estava preparado para tal missão tendo uma equipe extremamente reduzida e uma estrutra incompatível com a demanda.
Ao longo dos anos, as gestões passaram a investir e apostar na humanização do atendimento a esses moradores. As grades, necessárias para contê-los, deram espaço para atividades lúdicas e artísticas, oficinas de artesanato e aulas de educação física. A enfermagem protagonizou esse processo. A equipe, que antes contava com apenas uma enfermeira, a era. Flora, que desbravou muitos caminhos, foi ampliada. “A enfermagem, aqui no Centro de Reabilitação, trabalha a sociabilidade, a autonomia, os cuidados com a aparência. Buscamos resgatar isso nos pacientes, que já moram aqui há muito tempo, evidenciando seus desejos e gostos pessoais”, explica a enfermeira Érica.
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Equipe do Centro de Reabilitação Casa Branca com o morador Aristides, a presidente do Coren-SP, Renata Pietro, e o vice Cláudio
Atualmente, a instituição tem 284 moradores, em sua maioria idosos, divididos por setores de acordo com níveos de complexidade do cuidado. No dia 13 de março, a presidente do Coren-SP, Renata Pietro e o vice Cláudio Silveira, estiveram no local para acompanhar de perto o trabalho da enfermagem, e se depararam com uma grande festa proporcionada pela equipe de profissionais ao um paciente que completava 100 anos. “Aqui é um hospital psiquiátrico, mas respeitamos a opinião de nossos pacientes. Então perguntamos a ele qual tema gostaria para a festa ele escolheu country. Percebemos que ao decorar os eventos, eles ficaram mais felizes”, disse a enfermeira Carmem Cecília Remédio.
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Enfermeira Érica apresentou a instituição e o trabalho da enfermagem
O aniversariante do dia, sr. Aristides, tocava sanfona ao fundo enquanto as enfermeiras preparavam as decoração com tema por ele escolhido e prestavam assistência aos demais moradores no evento. “Que cada vez mais a nossa categoria protagonize ações humanizadas como essa. É um trabalho extremamente rico, que mostra como é possível trabalhar de forma diferenciada”, afirmou a presidente Renata Pietro.
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Oficinas de tear fazer parte das atividades artísticas oferecidas aos moradores
Perfil dos moradores
De acordo com o diretor da instituição, Oberdan Lopes Jr., entre os moradores há acamados, cadeirantes, pacientes com grandes sequelas e intercorrência clínica (transitórios). “São pessoas com doenças mentais e psiquiátricas, envelhecidas, que necessitam de cuidados clínicos constantes”, relata.