Professora apresenta demandas da academia para presidência do Coren-SP

A presidente do Coren-SP, Renata Pietro, e o vice-presidente da autarquia, Cláudio Silveira, receberam a visita da professora Graciene Lannes na tarde desta terça-feira (10/3). O objetivo da reunião foi fortalecer a aproximação entre o conselho e a academia. 

A professora, que atualmente trabalha na FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) e dá aulas na graduação em enfermagem há 20 anos, veio discutir questões relacionadas à formação política e ética dos alunos e a valorização da profissão. Graciene é doutora em educação e mestre em saúde pública.

Graciene Lannes, Renata Pietro e Cláudio Silveira conversaram sobre aspectos éticos e legais da profissão aplicados aos estudantes, entre outros assuntos

Uma das preocupações da professora é a falta de um código de ética específico para alunos em período de estágio. “Ética é uma questão de foro íntimo, ela é pessoal. E quando esse aluno vai para o campo de estágio, o enfermeiro preceptor dele não pode ser responsabilizado por todos os eventuais deslizes éticos desse aluno”, explicou.

Uma das propostas da professora Graciene para resolver essa questão é que seja criado no futuro um código de ética específico para estudantes de enfermagem que estão fazendo estágio.

Outra preocupação de Graciene é a discriminação contra o profissional de enfermagem que ela diz perceber inclusive em relação aos estudantes. “Temos sentido muito na pele isso. Temos que desconstruir esse imaginário completamente errado, que parte do pressuposto de que sabemos menos que os outros profissionais de saúde”, diz a professora.

Na opinião de Graciene, só há uma solução possível para o atual situação de falta de reconhecimento que se abate sobre a profissão: “Temos que entender que somos todos um só. Quando entendermos isso, poderemos mudar a nossa realidade. Precisamos de alteridade, ou seja, ver o outro como nosso alter ego. Como colocou o grande poeta mato-grossense Manoel de Barros, ‘o melhor de mim sou eles’”.