No Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, Coren-SP realiza evento sobre o tema no IAMSPE

Nesta terça-feira (10/9), Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10/9), o auditório do Centro de Integralidade do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (IAMSPE), na capital, recebeu um evento em comemoração ao Setembro Amarelo, realizado em parceria com o Coren-SP.

A mesa de abertura, com Renata Pietro e Amanda de Ornelas

Além da prevenção ao suicídio, a atividade tratou de temas relacionados ao autocuidado do profissional de enfermagem. A presidente do Coren-SP, Renata Pietro, compôs a mesa de abertura, ao lado da gerente de enfermagem do IAMSPE, Amanda de Ornelas, e deixou clara a preocupação do Conselho com a saúde do profissional de enfermagem: “precisamos cuidar da gente, pois também adoecemos e muitas vezes não fazemos esse olhar”, frisou. 

Após a abertura oficial, a primeira palestra do dia foi feita pela médica psiquiatra Ana Carolina Barcelos Cavalcante Vieira, com o tema “Depressão e suicídio na enfermagem e na sociedade: como tratar?”.

A médica psiquiatra Ana Carolina Barcelos falou sobre prevenção ao suicídio e a saúde mental do profissional de enfermagem

A médica foi taxativa ao dizer que profissionais de enfermagem estão mais sujeitos ao sofrimento psíquico por conta do tipo de trabalho que exercem: “há um grande caráter relacional na profissão. Como não nos comover com o sofrimento do nosso próximo? Como não ser afetado por isso?”, questionou.

A solução para isso seria o autoconhecimento e o apoio mútuo. Ela explicou que é necessário que os profissionais estejam atentos aos sinais de depressão nos seus colegas, que incluem falar sobre morte e dizer frases pessimistas, do tipo: “eu queria desaparecer” ou “eu gostaria de morrer”.

A segunda palestra foi feita por Elaine Macedo, voluntária do CVV (Centro de Valorização da Vida), uma associação voluntária de prevenção ao suicídio, que atende o público 24 horas por dia por meio do número 188.

Elaine Macedo contou a história do CVV – Centro de Valorização à Vida

Elaine humanizou a figura do profissional de enfermagem, afirmando que ele precisa de tanto cuidado quanto qualquer outro trabalhador: “atrás do jaleco, atrás do uniforme, também existe uma pessoa. E como a gente cuida dela?”, perguntou.

Ela contou a história do CVV e expôs um aspecto interessante e pouco conhecido do serviço: “logo que entrei em contato com o CVV, o que mais chamou minha atenção foi o fato dele ter sido criado já com a intenção de deixar de existir um dia. Seu fundador, Jacques Andrè Conchon, sonhava com uma humanidade compassiva, onde as pessoas naturalmente se auxiliassem, sem que houvesse a necessidade de um serviço como o que ele fundou”, disse. 

Uma oficina de meditação, ministrada pela conselheira Érica França, fechou a parte da manhã do evento. Enfermeira e especialista em Práticas Integrativas e Complementares de Saúde pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ela conduziu o público por três tipos diferentes de meditação.

A conselheira Érica França conduziu uma oficina de meditação voltada a profissionais de enfermagem

“Meditação para mim é estarmos no estado de presença, é estarmos no aqui e no agora. Temos em média 18 mil pensamentos por dia, sendo cinco deles mais fixos e recorrentes. Todos esses pensamentos tomam muito da nossa atenção e da nossa felicidade”, explicou.

Na parte da tarde, o Setembro Amarelo continuou, em outro evento realizado também no auditório do Centro de Integralidade do IAMSPE e com palestras sobre depressão, prevenção ao suicídio, resgate de adictos em drogas e “Felicidade como Estratégia de Vida”.

Primeiro, a enfermeira Pérola Carvalho Pereira e a psicóloga Marcia Eugenia Cerdeira falaram sobre prevenção ao suicídio.

Marcia Eugenia e Pérola Carvalho fizeram uma exposição multidisciplinar para abordar a prevenção ao suicídio

A psiquiatra Ana Carolina Barcelos voltou ao palco, explicando para a turma da tarde os sinais para identificar a depressão e para prevenir o suicídio entre colegas de trabalho.

Ana Carolina Barcelos voltou na parte da tarde para abordar depressão e suicídio entre profissionais de enfermagem

O grupo de Relações Externas dos Narcóticos Anônimos (NA), emocionou o público com histórias individuais de superação do vício em drogas. Fundado no sul da Califórnia (Estados Unidos) nos anos 50, a entidade hoje atua no mundo todo, auxiliando dependentes a se livrarem do vício. Só na cidade de São Paulo a fraternidade conta com 200 grupos.

A conselheira Érica Chagas falou sobre a busca da felicidade de maneira prática, com a utilização da ferramenta “Roda da Vida”

O encerramento do evento foi feito pela conselheira Érica Chagas, que falou sobre a busca da felicidade. Mais do que uma abordagem meramente teórica, Érica forneceu ao público ferramentas práticas para a realização desse objetivo, com a utilização da “Roda da Vida” – um esquema que permite que cada pessoa encontre as potências e as barreiras em suas próprias vidas para a busca de seus objetivos pessoais.