Polvos de crochê “acalmam” bebês em UTI neonatal em Araraquara

A presença de polvos de crochê em UTIs neonatais faz parte do projeto dinamarquês que surgiu em 2013 e tem como objetivo acolher bebês prematuros dentro da incubadora. Isso porque os tentáculos do polvo se assemelham ao cordão umbilical, fazendo com que lembrem do período que estavam no útero.

Outra função do objeto é evitar que os bebês arranquem as sondas ou cateteres e choques nas paredes da incubadora. De acordo com a Secretaria da Saúde, essa ação tem efeito positivo comprovado na situação clínica dos recém-nascidos.

A enfermeira neonatologista, Evelin Daiane Dantes Medrado Cruz, trabalha na maternidade Gota de Leite em Araraquara e diz que a instituição realiza esse projeto há dois anos. “É muito importante para os familiares verem seus filhos acomodados na incubadora com um “amiguinho”. Os bebês ficam abraçados ao polvo e a sensação é que eles estão na placenta da mãe, o que ajuda a completar o desenvolvimento deles”. 

A presidente do Coren-SP teve contato com o projeto durante uma visita à instituição nesta terça-feira (19/03) e ficou surpresa com a iniciativa. A enfermeira Evelin também conta que a instituição realiza encontros todo último sábado do mês, o “Transformação” é um grupo de apoio à perda gestacional e neonatal, criado por uma mãe que perdeu o bebê com 39 semanas de gestação. “A Perla teve seu sonho interrompido de ser mãe, ela conta que sentiu falta de acolhimento e apoio. E foi pensando em todo seu sofrimento que ela decidiu criar um espaço para que as mães que também perderam seus filhos precocemente possam dialogar, dividir tristezas, angústias e o mais importante: não se sentirem sozinhas”. Perla também confecciona os polvos de crochê para os bebês.

Evelin faz uso de indicadores para fortalecer a equipe e a qualidade do cuidado da criança na UTI e ressalta a importância do leite materno em prematuros, pois, segundo ela, o alimento faz com que não ocorram casos de Enterocolite (inflamação do intestino delgado e do cólon, que causa cólicas, diarreia, vômitos, mal-estar e febre).

Para ela, a comunicação entre as equipes de enfermagem, médicos e apoio, são intermediadores essenciais na luta pela vida.

Enfermeira Evelin cuida com amor dos recém-nascidos

Fotos: Cedidas pela instituição com autorização dos responsáveis legais

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