Fórum “Olhares sobre a violência contra a mulher” combate a agressões e busca por igualdade de gênero

O Coren-SP sediou nesta quinta-feira (14/3) o “Fórum Mês de Março: Olhares sobre a violência contra mulher”. O mês foi escolhido devido ao Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, uma data que marca a importância da participação feminina na sociedade e suas incansáveis lutas por igualdade de direitos.

A proposta do fórum é colocar luz, dimensionar e refletir sobre os diversos tipos de violência praticados contra as mulheres nos ambientes de trabalho, doméstico e de assistência à saúde, com grande destaque no âmbito da enfermagem e da obstetrícia, além de auxiliar em ações para atuar na denúncia e a prevenção dessa realidade.

O evento contou com a participação da conselheira do Coren-SP Rosana Garcia, representando a presidente do Coren-SP, Renata Pietro; da enfermeira Marcela Zanatta, coordenadora do Grupo de Trabalho de Saúde da Mulher do Coren-SP; e da advogada Marina Ganzarolli, fundadora da Rede Feminista de Juristas e atual presidente da Comissão Especial da Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo (OAB-SP).

Marcela Zanatta, Rosana Garcia e Marina Ganzarolli

Rosana realizou a abertura do evento ressaltando a importância de se realizar reflexões sobre a violência. “Nós mulheres sofremos muito com a discriminação e a violência no nosso dia a dia profissional. Meus parabéns ao Grupo de Saúde da Mulher por essa atenção e assistência, pois essas ações mostram que, apesar das dificuldades passadas e as lutas enfrentadas — e as que virão futuramente —, não devemos desistir. Estamos conquistando nosso espaço”.

Conselheira Rosana Garcia destacou reflexão sobre a violência

Em seguida, Marcela ministrou a palestra “Violência obstétrica”. Especialista em enfermagem obstétrica e ginecológica, ela comentou desafios da conquista pela autonomia da mulher durante o parto. “Querer salvar a vida da mulher e do bebê não significa tirar o poder de escolha dela. Já ouvi relatos de mulheres que foram impedidas de gritar, que sofreram dores traumáticas e não foram questionadas sobre o que queriam e o que não queriam fazer. Quero deixar claro que o problema não é o procedimento em si, mas sim a negligência em saber se a mulher está de acordo ou não. O cuidado deve ser centrado na pessoa, não generalizado. É a mulher que está no centro do cuidado obstétrico”, ressalta.

Enfermeira Marcela Zanatta reforçou a importância do cuidado obstétrico focado na paciente

Marina ministrou a palestra “Olhares sobre a violência contra a mulher” e a desigualdade da representatividade das mulheres no mercado de trabalho. “No Brasil e no mundo, as mulheres que ocupam o mesmo posto de trabalho que os homens recebem um salário até 30% menor. As mulheres enfrentam longas jornadas de trabalho e plantões exaustivos e quando chegam em casa, continuam trabalhando”, ponderou.

A advogada Marina Ganzarolli destacou as desigualdades de gênero como índices de violência

A advogada também falou sobre os assédios constantes sofridos pelas mulheres. “As agressões domésticas não começam com ataques físicos. São decorrência de relacionamento abusivo, quando a mulher é diminuída pelo companheiro. A ajuda nesse caso deve ser enaltecendo a mulher, porque é a valorização que vai estimular a percepção”, analisou Marina.

A apresentação de Marina Ganzarolli está disponível para consulta na íntegra aqui.

Evento contou com profissionais e estudantes de enfermagem

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