Coren-SP promove julgamento de processo ético simulado e palestras no CBCENF

O julgamento simulado de processo ético foi um dos grandes momentos da última quinta-feira (29/11), no  21º Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem (CBCENF), realizado no Royal Palm Hall, em Campinas. 

Público foi convidado para fazer parte da simulação. A primeira-secretária do Coren-SP, Eduarda Ribeiro,  representou a presidente no julgamento

As conselheiras do Coren-SP Eduarda Ribeiro e Érica Chagas conduziram o julgamento, assumindo os papeis de presidente do plenário e de primeira-secretária, respectivamente, na simulação.  O conselheiro Demerson Bussoni chamou 21 voluntários da plateia para representarem os demais integrantes do plenário de um Conselho Regional de Enfermagem.

A conselheira Érica Chagas assumiu o papel de primeira-secretária na simulação de julgamento

Foi lido um caso pela conselheira relatora no qual a técnica de enfermagem, identificada como “Clara”, acabou contaminando uma parturiente em uma maternidade com sangue infectado por HIV, a partir de um descuido na administração de medicamento.

A plenária simulada fez todo o julgamento segundo o rito descrito pelo Código de Processo Ético do sistema Cofen/Corens, chegando ao veredito de culpabilidade da técnica de enfermagem e uma punição de advertência verbal.

Conselheiro Demerson Bussoni participou da atividade

Durante a atividade, o gerente executivo do Coren-SP, Vagner Urias, fez a palestra “Atualização do novo Código de Ética e principais legislações para o exercício da enfermagem”, apresentando seus reflexos para a prática assistencial e para os processos éticos nos Conselhos Regionais de Enfermagem.  Ele destacou a importância dos profissionais conhecerem detalhadamente o CEPE: “É o nosso código de ética que oferece suporte para o profissional construir sua própria autonomia”, disse.

 

Simulação de parto

Antes do julgamento, o estande do Conselho paulista apresentou uma simulação de parto, seguido de reanimação de neonatal. A atividade foi feita com a utilização do simulador “Victoria”, coordenada pela equipe do Coren-SP Educação, dos SAMUs de Suzano e São Bernardo do Campo e com a participação da enfermeira e instrutora da American Heart Association, Fabiana Bueno de Camargo Cerpa Ferreira.

A simulação começou com um parto de emergência, no qual o neonatal necessitou de ajuda para começar a respirar e ter seus sinais vitais normalizados.

Os profissionais que conduziram a atividade demonstraram para o público técnicas de respiração artificial em bebês, e de parto em situações de emergência.

Palestras 

Também no período da manhã, a conselheira Rosana Garcia moderou a palestra “Trinta anos de SUS: novas perspectivas”, ministrada pelo médico Gastão Wagner de Moura Campos, ex-secretário municipal de saúde de Campinas e membro da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO).

Conselheira Rosana Garcia

Em sua palestra, Gastão falou sobre a história do SUS e dos outros sistemas de saúde que existiram no Brasil, comparando a situação do país com o quadro mundial. Para o médico, os profissionais de saúde têm um papel a cumprir no sentido de proteger o Sistema Único de Saúde de um desmonte que, em sua opinião, vem sendo realizado aos poucos, de forma sistemática e discreta.

“Nos últimos três anos, aumentaram os indicadores do SUS de mortalidade infantil, mortalidade de crianças até cinco anos, mortalidade de idosos e número de internações. Isso mostra o quanto o sistema de saúde é sensível, porque justamente nesses últimos três anos foi diminuído o financiamento do SUS”, frisou.

Ele se definiu como otimista e argumentou que é muito difícil o SUS ser desmontado pelos governantes que venham a conduzir o Brasil agora e no futuro. “Desconstruir o SUS produz barbárie sanitária. A população vai tender a ficar do nosso lado se defendermos esse sistema, assim como os meios de comunicação e uma parte importante do setor jurídico. Nossa sociedade não é um papel em branco sobre o qual os governantes escrevem o que querem”, disse.

Rosana Garcia fez o fechamento da atividade, valorizando o papel da enfermagem na luta em defesa da saúde pública: “O passado implica no nosso presente e nos faz pensar no futuro. A nossa profissão tem um protagonismo muito grande nesse futuro”, colocou.

O primeiro-tesoureiro, Jefferson Caproni, do Coren-SP foi moderador de uma das salas de Comunicação Coordenada, que realizadas durante a tarde do quarto dia de Congresso.

O primeiro-tesoureiro Jefferson Caproni com participantes do Congresso

O eixo temático da sala moderada pelo conselheiro foi “Valorização, Cuidado e Tecnologia”.

Durante a atividade, enfermeiros, técnicos, auxiliares de enfermagem e estudantes fizeram mais de 20 apresentações orais em torno do eixo temático, em mini palestras de até 15 minutos de duração.