Coren-SP participa do 21º CBCENF com palestras e atividades de simulação

Uma extensa programação científica marcou o segundo dia do Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem (CBCENF), nesta terça-feira (27), em Campinas. O maior evento da América Latina voltado para a enfermagem será realizado até sexta-feira, pelo Cofen, com o apoio do Coren-SP.

O conselho paulista participou ativamente da programação científica, com palestras dos conselheiros e também marcou presença com ações de simulação em seu estande. A presidente Renata Pietro participou da mesa-redonda “Cuidado complexo: lócus da valorização profissional”, moderada pela enfermeira Maria Inez Alves, do Coren-BA; e com a participação de Marluce Redondo de Sá.

Renata destacou a importância do empoderamento da enfermagem para a valorização da categoria. Para isso, ela considera fundamental a apropriação dos contextos político e de gestão. “Temos que nos posicionar, demonstrando nossas competências técnicas e também exigindo condições adequadas para a prática da enfermagem”. Ela também destacou a importância da capacitação constante. “É fundamental a busca pelo conhecimento diferenciado. Porém, há uma série de desafios, como a falta de investimento das instituições em educação continuada, a escassez de tempo e o cansaço provocado pelas longas jornadas de trabalho da enfermagem”, disse.

Também no período da tarde, o segundo-secretário da autarquia, Paulo Cobellis, foi um dos palestrantes na mesa-redonda “Violência e vulnerabilidade em contextos/ambientes profissionais”, que debateu o problema das frequentes agressões sofridas por profissionais de enfermagem.

Cobellis falou de forma extensa sobre as causas e consequências da violência. “Entre as causas, encontramos o impacto da doença na vida do paciente, a ausência do poder público, a subnotificação, a falta de postura da gerência, superlotação das unidades de saúde e ruídos na comunicação entre pacientes e profissionais”, colocou Cobellis.

Ele chamou a atenção dos gestores dos serviços de saúde, que deveriam estar sempre atentos à questão da violência. “Os gestores estão despreparados para alguns processos de trabalho e acabam, inclusive, gerando a própria violência em alguns casos”, denunciou.

Também integrou a mesa a enfermeira Adriana da Silva Pereira, do Hospital Israelita Albert Einstein, e a conselheira do Coren-SP e professora Wilza Spiri, que debateram com Cobellis e com o público possíveis soluções ao problema da violência.

Já o conselheiro Cesar Marcelino, enfermeiro no Instituto Dante Pazzanese, falou sobre “Programas de residência em saúde e valorização profissional da enfermagem”.

Cesar focou sua fala na importância dos programas de residência em enfermagem, que ainda são pouco utilizados por enfermeiros. “A residência é vantajosa em relação aos cursos de especialização, pois focam simultaneamente nos quatro pilares da enfermagem: a gestão, a assistência, o ensino e a pesquisa”.

O enfermeiro Ronaldo Miguel Beserra, representando o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), completou a mesa redonda.

Simulado de urgência

O ponto alto deste segundo dia de Congresso foi o simulado de atendimento pré-hospitalar de urgência (APH), organizado pela Comissão Nacional de Urgência e Emergência do Cofen.  A ação contou com 25 atores representando vítimas de um desastre automobilístico, cada uma em um estado diferente de saúde.

A atividade teve a participação de representantes de SAMUs dos municípios de Hortolândia, Campinas, Santo André, São Bernardo do Campo, Sumaré, Suzano e Paulínia, assim como do Exército Brasileiro, do grupo de socorristas da Rodovia Rota das Bandeiras e de alunos do curso técnico em enfermagem do Colégio Arquimedes, que representaram as vítimas.

Durante a atividade, acompanhada ao vivo por um grande número de pessoas, um carro foi serrado pelos bombeiros, para o resgate de vítimas no interior do veículo. Enquanto isso, diferentes equipes de suporte avançado de vida faziam a classificação de risco dos feridos e prestavam diferentes tipos de socorro, com a utilização de oito ambulâncias e quatro motolâncias do SAMU de Santo André e Hortolândia, pilotadas por enfermeiros.

“Nessas motolâncias, pilotadas por enfermeiros, se pratica o Suporte Intermediário de Vida (SIV), que faz toda a diferença no atendimento. A agilidade que se consegue com elas é incrível”, explicou Eduardo Fernando de Souza, conselheiro do Coren-SP e membro da Comissão Nacional de Urgência e Emergência do Cofen.

Eduardo Fernando e o conselheiro federal Luciano Silva narraram todo o atendimento ao vivo, explicando detalhadamente todo o trabalho dos socorristas e as etapas do atendimento pré-hospitalar a múltiplas vítimas.

Parto no estande do Coren-SP

No estande do Coren-SP, a boneca de simulação Victoria continua sendo o destaque.  Na parte da manhã, um grande grupo de congressistas acompanhou a simulação de parto natural, conduzido por profissionais de enfermagem.

As enfermeiras de educação permanente do Coren-SP Educação, auxiliadas por um técnico em enfermagem, demonstraram todas as etapas que compõem um nascimento, das primeiras contrações do bebê ao corte de cordão umbilical.  

Durante a demonstração, as enfermeiras fizeram explicações técnicas aos congressistas, detalhando o procedimento.


Na quarta-feira (28/11), o estande do Coren-SP receberá enfermeiros do SAMU, que demonstrarão técnicas de salvamento com direito a entrega de certificado aos congressistas participantes que se inscreverem na atividade. O 21º CBCENF vai até a próxima sexta-feira (30/11), com extensa programação científica e cultural.

Saiba mais: Tem início o 21º CBCENF, em Campinas