Coren-SP participa da 3ª Semana da Sepse em Presidente Prudente

Mais conhecida como infecção generalizada, a sepse é um conjunto de manifestações graves em todo o organismo causadas por uma infecção. De acordo com o Instituto Latino-Americano de Sepse (ILA), essa doença é a principal causa de morte nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). “A cada segundo, alguém morre por sepse no mundo. Estima-se que, no Brasil, cerca de 670 mil vem a óbito todos os anos, por conta dessa doença que é mais letal do que o infarto e o câncer de mama”, pontua a Dra. Renata Pietro, presidente do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP). Tal afirmação foi discutida nesta segunda-feira (3), durante a palestra de abertura da 3ª Semana da Sepse, promovida pelo Hospital Regional de Presidente Prudente (HR) em parceria com a Unoeste, por meio do Programa de Residência Multiprofissional em Terapia Intensiva.

Indicadores do ILA revelam ainda, que o Brasil tem uma das maiores taxas de letalidade por sepse no mundo, chegando a 65% dos casos. Outra estatística relevante é que essa síndrome é desconhecida por nove de cada dez pessoas. “A sepse é tempo-dependente, ou seja, quanto antes for realizado o tratamento, melhor será o prognóstico do paciente”, explica Renata. Para ela, quando se fala de sepse, é preciso pecar por excesso, já que essa doença possui altas taxas de incidência e prevalência.

“Sabemos que a sepse está associada ao sistema imunológico, então, precisamos esclarecer a população de que se tiver com uma gripe muito forte (principalmente os idosos), febre, taquicardia ou batedeira é preciso procurar uma unidade de saúde imediatamente, já que os cuidados precoces reduzem a mortalidade”.

Diretora do núcleo de terapia intensiva do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, Renata pontua que a sepse é considerada uma doença muito subnotificada. “Geralmente, o que se vê no atestado de óbito são outras disfunções que não a sepse. Sabemos que o reconhecimento dessa patologia ainda é precário. Sendo assim, é necessário o desenvolvimento de ações que conscientizem a população e os profissionais da saúde”.

Acrescenta também, a relevância do trabalho multidisciplinar no reconhecimento e no tratamento da sepse. “Eu acredito muito que a gente precisa evoluir como um time, ninguém sozinho consegue fazer nada. Devemos atuar em equipe a fim de entender ainda mais sobre a sepse, para tentar reduzir principalmente, essa taxa de mortalidade agressiva que vemos em nosso país”.

3ª Semana da Sepse – Ana Maria Silva Camargo, coordenadora do Programa de Residência Multiprofissional em Terapia Intensiva e docente da Unoeste integra a comissão organizadora do evento. Ela comenta que as atividades que iniciaram nesta segunda-feira (3), se estendem até o dia 13 de setembro, data em que é celebrada o Dia Mundial da Sepse. “Programamos cerca de dez atividades, entre palestras, minicursos e oficinas ligadas ao tema”, diz.

A professora expõe que a iniciativa é um trabalho multiprofissional que conta com diversas parcerias como a do Coren-SP e o envolvimento dos cursos de Enfermagem, Biomedicina, Fisioterapia, Farmácia e Nutrição da Unoeste por meio das ligas de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (Liras) e Multiprofissional em Terapia Intensiva (Limti). “Contabilizamos mais de 500 inscritos, dentre acadêmicos e profissionais da saúde. É importante que todos esses participantes possam entender a complexidade e todo o mecanismo fisiopatológico dessa doença para que, a partir daí, possam contribuir com medidas preventivas a fim de realizar o diagnóstico e o tratamento precoce”.

Fonte: Adaptado de Unoeste

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