A luta pelo luto de Ana Cláudia

Dói muito voltarmos a esse tema. Mais uma mulher, mais uma profissional de enfermagem assassinada. A auxiliar de enfermagem Ana Cláudia Santos de Oliveira foi morta na última quarta-feira (29) pelo ex-companheiro quando chegava em casa, em São José do Rio Preto.

Ana Cláudia é mais uma vítima de feminicídio, crime que coloca o Brasil em um macabro ranking: somos o 5º país que mais mata mulheres no mundo. Mesmo denúncia e medida protetiva não foram suficientes para garantir a vida de Ana Cláudia – uma mulher que cuidava de tantas e tantas vidas no Hospital de Base, onde trabalhava há um ano.

Não é por falta de situações traumáticas como essa que o Coren-SP vem realizando campanhas de combate ao feminicídio e à violência contra os profissionais de enfermagem. Como enfermeira, como mulher, como cidadã, eu, Renata Pietro, clamo a todas as mulheres, sejamos nós da enfermagem ou de toda a sociedade, por justiça. Por segurança, por direitos iguais, pelo fim dessa realidade cruel que nos deixa vulneráveis pelo simples fato de sermos quem somos.

Precisamos estar unidas, mostrando a todos que não toleraremos qualquer tipo de violência. Cobremos das autoridades, mostremos a nossa voz e a nossa resistência. Lutemos contra uma sociedade machista, a favor do respeito e da vida.

Aos familiares e amigos de Ana Cláudia, os meus mais sinceros sentimentos. Sintam-se abraçados, neste instante por um motivo que eu jamais gostaria de ter de oferecê-lo. À enfermagem, contem comigo na luta contra a violência de qualquer natureza. À população em geral, meu pedido por igualdade, amor e respeito.

 

Renata Pietro, presidente do Coren-SP

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