Viagra tem efeito positivo no tratamento de distrofia muscular

O sildenafil, princípio ativo do Viagra, pode ser mais útil do que seu receituário normal indicaria. Pesquisadores liderados por Christine Des Rosiers, do Instituto do Coração de Montreal (Canadá), verificaram que a molécula tem potencial para reduzir os danos às células do coração em pacientes com distrofia muscular, doença degenerativa hoje incurável. Na pesquisa, que está na edição desta semana da revista científica PNAS, os cientistas canadenses estudaram o problema em camundongos que possuem uma forma da distrofia muscular de Duchenne. Nesse tipo de doença, ocorre uma inutilização progressiva dos músculos, que atinge primeiramente os que podem ser contraídos de forma voluntária (como os dos braços e pernas) e acaba chegando aos músculos involuntários, como os que controlam a respiração e os batimentos cardíacos. Com isso, o paciente acaba morrendo. Segundo a pesquisa, o sildenafil melhora a função cardíaca dos roedores com distrofia ao impedir a degradação de uma substância sinalizadora produzida pelo organismo, a cGMP. É a mesma moçécula que relaxa os músculos involuntários e aumenta o diâmetro dos vasos sangüíneos do pênis em pacientes que tomam Viagra. Os pesquisadores esperam que esse mesmo efeito impeça ou, pelo menos, retarde paradas cardíacas nas pessoas que têm o problema.