Úlcera por pressão é tema do CAPE Itinerante

A sexta edição do CAPE Itinerante aconteceu hoje, dia 26, na Unip Vergueiro, com o tema Criando e Recriando o Cuidar de Enfermagem na Úlcera por Pressão. O evento foi transmitido em tempo real por streaming para 62 polos de exibição no Brasil que se cadastraram previamente. A abertura do evento ficou a cargo da conselheira do COREN-SP e gestora do CAPE, Marlene Uehara Moritsugu, que trabalhou o tema Legislação na Assistência a Pacientes com Lesão de Pele.

As atividades do dia tiveram continuidade com a palestra Anatomia e Fisiologia da Pele, apresentada pela enfermeira estomaterapeuta, Gisele Deneluz Schunk. A palestrante destacou a anatomia da pele e as camadas que a compõem, bem como os fatores que podem alterar a estrutura da pele. Gisele também lembrou a importância dos cuidados que o profissional de enfermagem deve ter com a pele do paciente, ressaltando a necessidade de se fazer o exame físico da pele o mais rápido possível, a partir do momento que o paciente for internado. Um boneco foi usado para demonstrar os passos da avaliação da pele.

Segundo Gisele não é possível prevenir as úlceras por pressão em todos os casos, mas é possível evitá-las em grande parte deles. A palestrante lembrou a importância de se analisar o risco que o paciente apresenta de desenvolver úlcera por pressão, destacando a Escala de Braden como um dos possíveis métodos para esta avaliação. Peças do laboratório do CAPE foram usadas para exemplificar os diversos estágios das úlceras por pressão.

Na segunda etapa do programa, Elaine Costa, da Convatec, apresentou as novas tecnologias para tratamento de úlceras, principalmente coberturas. De acordo com Elaine, “é importante fugir do empirismo e do achismo. O ideal é entender a indicação, a composição e a eficácia do produto que se aplica melhor para o tratamento de cada ferida”. É importante também pensar a prevenção de complicações de úlceras, principalmente as de nível 1, menos profundas.

Um dos principais elementos na hora de decidir qual é o melhor curativo é a produção de exsudato. Se a ferida é úmida, indica-se produto com absorção; caso a ferida seja seca, é necessário produto com umidade. “Uma ferida cicatriza 50% mais rápido em ambiente úmido”, afirmou Elaine. De acordo com ela, “ainda há muita dificuldade para seleção dos curativos. Mas há um interesse crescente pelo assunto”, que ela observa no número de alunos em cursos de pós-graduação na área.

Ainda de acordo com ela, a duração de uma úlcera, bem como o tempo para curá-la são determinadas pela tecnologia disponível, pelo envolvimento do paciente e pela dedicação do profissional que o atende.

O evento foi concluído com estudo de caso, fazendo uso de material do laboratório de simulação do Cape. Participante da plateia realizou diagnóstico de paciente maquiado e equipado com máscara de costas ulceradas. Também foi instruída no tratamento de acompanhantes, cuja colaboração é essencial, especialmente na elaboração da anamnese.


O Cape Itinerante é projeto do COREN-SP de aprimoramento contínuo dos profissionais de enfermagem que oferece transmissão em tempo real para polos em todo o Brasil e através da internet. Sua próxima edição está prevista para outubro.