Tabagismo é um dos grandes vilões da saúde pública no Brasil

As doenças respiratórias crônicas são a terceira maior causa de mortalidade por enfermidade no Brasil, atrás apenas de problemas cardiovasculares e de câncer. Em 2008, quatro brasileiros morreram a cada hora em razão de complicações respiratórias, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Oito em cada dez homens e seis em cada dez mulheres que morrem de doenças respiratórias crônicas no Brasil são fumantes, taxas acima da média mundial (de cinco e de dois a cada dez, respectivamente).

O tabagismo está entre os principais fatores comportamentais de risco das DCNTs (doenças crônicas não-transmissíveis), como o diabetes e a hipertensão, responsáveis por dois terços das mortes no Brasil. Essas doenças têm um forte impacto na qualidade de vida dos indivíduos afetados, causam morte prematura e consomem 75% dos gastos do SUS com atenção à saúde.

Parte deste aumento se deve ao envelhecimento da população brasileira. De 1980 a 2000, a população de idosos cresceu 107%, enquanto a população de até 14 anos cresceu apenas 14%. Nos próximos 20 anos, projeções prevêem a duplicação da população idosa no Brasil, de 8% para 15%.

Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que as DCNTs já são responsáveis por 58,5% de todas as mortes ocorridas no mundo e por 45,9% da carga global de doenças.

7,5 mil brasileiros morrem todos os anos devido à exposição indireta ao cigarro. Pais tabagistas que têm crianças e jovens com asma, por exemplo, expõem os filhos a cerca de 4.700 substâncias nocivas presentes na fumaça.