Simulação de parto normal no encerramento do primeiro CAPE no Interior

A parte da tarde da primeira edição do Cape no Interior foi de muita emoção e descobertas.

Dentro do seminário “Parto normal: desafios e perspectivas na assistência e a utilização da simulação”, a enfermeira Ms. Andrea Porto falou sobre o parto humanizado ao público da Famerp, em São José do Rio Preto, e aos profissionais que assistiam pela transmissão simultânea em todo o estado e pela internet.

Logo após o almoço, Andrea apresentou uma breve palestra sobre a necessidade de humanizar o cuidado no parto. Para a enfermeira e conselheira do COREN-SP, humanizar é ter responsabilidade profissional, e não significa deixar de fazer qualquer intervenção no paciente. É possível agir e até medicar, desde que seja necessário. O cuidado humanizado significa apenas ter atitudes de solidariedade, se comunicar, ser compreensivo e respeitar a dignidade do paciente. “A assistência hoje é rotineira e uniforme, precisamos mudar isso”, disse Andrea.

Um caminho seria colocar em prática algumas orientações da OMS para o parto, como:

– avaliar o risco gestacional;
– monitorar o bem-estar físico e emocional no trabalho de parto;
– oferecer líquidos via oral;
– escolher local de parto;
– respeitar a privacidade;
– informar e explicar a paciente;
– usar métodos não invasivos e não farmacológicos para alívio da dor;
– monitorar o bebê por ausculta intermitente;
– oferecer liberdade de posição e movimento, entre outras.

Em seguida, Andrea falou das práticas prejudiciais, que devem ser eliminadas. Entre elas, o uso rotineiro de enema e tricotomia, a administração de ocitócitos sem controle, esforços de puxos prolongados e dirigidos no segundo estágio, etc.

A solução, segundo a palestrante, é mudar o modelo de assistência e adotar condutas humanizadas, ou seja: respeitar as necessidades da mulher, permitir a evolução natural do processo, interferir apenas se houver necessidade, estimular a participação da família.

Após a exibição de diversos vídeos sobre parto normal humanizado, inclusive em domicílio, Andrea fez uma ressalva: “Mas é claro que é preciso ter um acompanhamento de qualidade durante toda a gravidez”.

Ao final, ocorreu o momento mais esperado pela plateia, a simulação de um parto com os bonecos cedidos pela Anatomic. Enquanto Andrea explicava os procedimentos, a enfermeira Karina Fernandes Trevisan cuidava da “paciente”. Enquanto o bebê saía, com a mãe sentada, abraçada pelo marido (diferente da tradicional posição deitada), um acontecimento curioso. Havia um bebê de verdade no auditório, filho de uma enfermeira participante. Neste exato momento, ele resolveu se manifestar e chorou. Uma simulação quase verdadeira.

Interatividade inédita

Durante a palestra de Andrea Porto, o COREN-SP inovou com um aparelho eletrônico entregue a todos os participantes do auditório da Famerp. Por meio do equipamento, o público respondia imediatamente a perguntas lançadas pela enfermeira. Por exemplo, logo após listar as recomendações da OMS, Andrea perguntou se as pessoas conheciam algum lugar que tivesse essas boas práticas. Apenas 19% responderam que sim. Imediatamente após o questionamento, o índice de respostas apareceu na tela, aprimorando a discussão.

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