Representante do COREN-SP destaca desafios do estágio para técnico de enfermagem

Etapa fundamental na formação do técnico de enfermagem, o estágio curricular foi o tema do Seminário TecSaúde realizado nesta sexta-feira, dia 26, no Centro de Aprimoramento Profissional em Enfermagem (CAPE) do COREN-SP. O objetivo do evento foi discutir e apresentar propostas para o estágio como etapa fundamental na formação de profissionais cada vez mais comprometidos com a qualidade do atendimento de saúde.

A primeira palestra da tarde foi ministrada pela conselheira do COREN-SP Andrea Porto, com o assunto “Estágio supervisionado na perspectiva do exercício profissional da enfermagem”. A enfermeira começou falando sobre as mudanças no mercado de trabalho, com novos processos e locais de atuação. “Hoje, o profissional tem que conhecer a tecnologia da informação porque o prontuário é eletrônico. Também precisa aprender a monitorar o paciente além do atendimento tradicional”, afirmou.

Andrea explicou que a formação de profissionais tem que incluir quatro etapas: ensino, gestão, atenção (concepção de saúde) e controle social e participação. Para ela, a última etapa é mais deficiente nas escolas, já que o aluno desconhece como são construídas as políticas de saúde.
Já os conceitos fundamentais a serem repassados aos alunos são a cidadania, a ética, a humanização e a integralidade do cuidado. “É papel da escola conscientizar os alunos de seu papel na sociedade”, disse Andrea.

Atendendo a essas quatro exigências, os custos da formação são reduzidos, a resolutividade é maior, além de criar uma consciência sanitária e política. Sem falar na diminuição de eventos adversos quando o profissional chega ao mercado de trabalho, como administração incorreta de medicamentos e ausência de registros.

Sobre o estágio, Andrea afirmou que ele deve integrar teoria à prática e preparar o aluno para situações previstas e imprevistas. Outra recomendação é adotar desenhos curriculares e metodologias inovadores. “Também é importante incentivar a interdisciplinariedade e o contato precoce com a prática”, disse a enfermeira.

Tudo isso só pode funcionar se forem combatidas as irregularidades nos estágios, como subtração de carga horária e substituição por estágios sem relação com a disciplina (por exemplo, o aluno que faz estágio de pediatria em casa de repouso).
No final, Andrea lembrou a importância de iniciativas de simulação para a formação de alunos, como as que o CAPE promove em seus laboratórios.