Nota de repúdio a preconceito racial praticado contra técnica de enfermagem
O Coren-SP repudia publicamente os atos preconceituosos cometidos por um médico de Diadema contra a técnica de enfermagem Maria de Lourdes Teodoro dos Santos e divulgados pelo Diário do Grande ABC.
Além de criminosas, as ofensas raciais praticadas contra a profissional são uma evidente violência, situação que infelizmente está presente na prática da enfermagem. Cabe lembrar que uma das precursoras da enfermagem, mas raramente reconhecida, foi a jamaicana Mary Seacole, que foi a princípio recusada por questões raciais a atuar nos cuidados aos combatentes da Guerra da Crimeia, contemporaneamente a Florence Nightingale. Ademais, atos de discriminação racial não agridem apenas individualmente, mas sim a mais da metade da população brasileira, uma vez que mais de 54% são negros e pardos (dados de 2016 do IBGE).
Atuando em combate a qualquer agressão sofrida pelos profissionais de enfermagem, o Coren-SP realiza continuamente campanha contra a violência cometida em ambiente de trabalho e também aborda especificamente o racismo praticado contra os profissionais. As agressões também podem desencadear sofrimentos psíquicos como ansiedade, depressão, burnout, estresse e síndrome do pânico, dos quais os profissionais de enfermagem também sofrem, como demonstra sondagem divulgada em maio deste ano pelo conselho (vide exemplos abaixo).
Também é extremamente recomendado que os profissionais acionem o conselho para a realização de desagravo público, que é uma manifestação do Coren-SP em favor de profissionais de enfermagem que tenham sofrido qualquer tipo de ofensa durante o exercício da profissão, bem como para a tabulação desses casos e a tomada de medidas após acionamento do poder público.
Casos de racismo podem ser denunciados também diretamente pelo disque 100, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. O Coren-SP rechaça qualquer ato racista e reforça seu empenho por uma sociedade mais justa e igualitária.
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