Não é enfermeira a agressora de idosa em Botucatu-SP

O caso da idosa em situação de total dependência para o atendimento de suas necessidades
básicas, agredida por uma acompanhante em Botucatu, é um alerta: a prestação de assistência
e cuidados a idosos dependentes é assunto sério, e jamais deve ser delegado a pessoas sem
preparo. A agressora de Botucatu não é enfermeira (nem auxiliar ou técnica de enfermagem),
ao contrário do que foi divulgado pela TV Record, em seu programa SP Record, no dia 28 de
maio de 2009. Trata-se apenas de uma acompanhante, sem qualquer formação em
enfermagem.

“Existe ainda, na sociedade, esta ideia equivocada de que qualquer pessoa que se disponha a
cuidar de idosos ou de crianças é ‘enfermeiro’, da mesma forma que pensam que balconistas de
farmácia são farmacêuticos ou que massagistas são fisioterapeutas. Todas essas são profissões
regulamentadas, com formação em nível superior”, esclarece o presidente do Conselho Regional
de Enfermagem de São Paulo (COREN-SP), Cláudio Alves Porto.

Existem diferentes níveis de dependência em pacientes idosos, e que podem requerer desde a
simples presença de um acompanhante ou cuidador profissional, que ficará responsável por
alimentar, vestir e banhar o paciente, até aqueles pacientes que requerem medicação (oral ou
injetável), movimentação no leito por meio de técnicas, cuidados com sondas, entre outras
ações que exigem formação profissional. “Na enfermagem, auxiliares e técnicos de enfermagem,
desde que supervisionados e orientados por um enfermeiro, estão preparados para
desempenhar essas funções mais complexas”, alerta o presidente do COREN-SP. “No caso dos
cuidados de enfermagem, deixar um familiar nas mãos de leigos costuma ser fruto da
desinformação da sociedade”.

Quando um cuidador ou acompanhante se apresenta para uma família como “enfermeiro”, está,
no mínimo, agindo de má fé. A família, por desconhecimento de que existe um órgão ao qual
pode recorrer para consultar a veracidade da informação, contrata o falso enfermeiro, expondo
seu familiar a riscos.

O COREN-SP, que tem o registro de todos os profissionais de enfermagem do estado de São
Paulo, é um órgão que foi criado por Lei Federal em interesse da sociedade, para protegê-la de
falsos profissionais. Se um suposto “enfermeiro” não estiver registrado no Conselho, está
cometendo crime de exercício ilegal da profissão. Basta que os interessados entrem em contato
com o COREN para garantir que seu familiar estará recebendo cuidados das mãos de quem
estudou para prestar assistência e que pode sofrer punição, com a cassação do registro
profissional, caso incorra em atos ilegais ou antiéticos.

Para realizar consultas, a população pode entrar em contato com o COREN-SP através do site
www.corensp.org.br e, através da seção FALE CONOSCO, realizar a consulta, informando o
nome completo da pessoa sobre quem deseja saber sobre a existência de inscrição. O COREN-SP
também atende pelo fone (11) 3225-6300.
Contato:
Mônica Farias
Departamento de Comunicação do COREN-SP (11) 3225-6384; 8617-2077