Mesa-redonda online debate biossegurança nos cuidados ao paciente Covid-19

O evento “Assistência de Enfermagem às Covid-19: Aspectos Relevantes”, promovido pelas Câmaras Técnicas do Coren-SP, continua a ser transmitido online pelo canal do Coren-SP no YouTube e Página do Facebook, nos horários da manhã e da tarde.

A palestra desta quarta-feira (28/7) foi “Biossegurança no Cuidado aos Pacientes com Covid-19”, em uma mesa-redonda moderada por Luiza Dal Ben, Enfermeira Mestre e Doutora em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da USP e membro da Câmara Técnica do Coren-SP.

A primeira palestrante da mesa foi Rosângela Filipini, Enfermeira Doutora em Saúde Pública e membro da Câmara Técnica do Coren-SP. O assunto abordado na apresentação foi os tipos de isolamento do suspeito e confirmado de Covid-19. “É um prazer imenso poder participar desse momento tão significativo por conta da pandemia, e também poder contribuir nessa mesa-redonda de um tema que considero extremamente relevante”, ressalta.

Participantes da mesa-redonda “Biossegurança no Cuidado aos Pacientes com Covid-19”

Rosângela iniciou sua apresentação contextualizando como desencadeou o início da pandemia na China e a vinda do vírus para o Brasil, mostrou o boletim epidemiológico dos infectados e de óbitos ao redor do mundo, desde novembro de 2020 até abril deste ano. Além disso, explicou sobre o contato direto e indireto na transmissão, precauções que devem ser adotadas pelos serviços de saúde, proteção individual e coletiva, e em que momento os profissionais devem lavar as mãos. A enfermeira destacou que os tipos de isolamento e o uso de EPIs adotados para as pessoas com Covid-19 são definidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a partir de manifestações clínicas dos casos suspeitos e dos confirmados com o vírus.

“Os casos suspeitos iniciam normalmente com uma gripe que pode ser acompanhada de febre e/ou sintomas respiratórios, sintomas gastrointestinais, perda de paladar e olfato também podem surgir. Os casos confirmados são por meio de diagnóstico clínico, clínico-radiológico, laboratorial e epidemiológico. Para estabelecer a terapia que deve ser realizada, são considerados: medida de isolamento, uso de EPIs e grau de comprometimento respiratório e sistêmico”, disse.

Em seguida, a enfermeira Carolina Vieira Cagnacci Cardili, Mestre e Doutoranda em Enfermagem, continuou a apresentação sobre Covid-19 falando sobre as doenças de notificação imediata, coleta e tipos de exames. “Doenças de notificação imediata são aquelas que devem ser notificadas em até 24h, como cólera, doença de chagas, febre amarela, sarampo e rubéola. Desde 2009, em decorrência da pandemia de Influenza A (H1N1), deve ser feita a coleta e notificação de todos os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)”, explica.

A moderadora Luiza Dal Ben e a palestrante Carolina Cardili

A enfermeira também frisou que as notificações devem ser feitas em unidades de saúde públicas ou privadas (consultórios, clínicas, UBS, entre outras). Esses registros são feitos por profissionais e instituições de saúde em todo o território nacional, segundo legislação vigente.

Os vídeos das apresentações ficarão disponíveis no Canal do YouTube do Coren-SP. Para receber o certificado o participante precisa realizar a inscrição nas atividades

Período da tarde

No período da tarde, o assunto do talk show foi a “Avaliação Clínica dos Pacientes de Covid-19” e, é claro, o papel do profissional de enfermagem nessa avaliação.

Moderada pela conselheira Andrea Cotait e apresentada pelo conselheiro Vinícius Batista Santos, a palestra iniciou detalhando os aspectos fisiopatológicos da Covid-19.

A moderadora conselheira Andrea Cotait e o palestrante conselheiro Vinícius Santos

“Além de apresentar alta transmissibilidade, essa doença tem repercussões orgânicas e sistêmicas que vão muito além de manifestações de ordem pulmonar. Por meio das interações da proteína spike do vírus, são causadas uma série de reações pró-inflamatórias, pró-fibróticas, pró-oxidativas que podem afetar outros órgãos e sistemas além das reações pulmonares já citadas”, explicou Vinícius, frisando a complexidade sintomática advinda da Covid-19.

Ao longo de sua fala, ele utilizou diversos estudos científicos que já foram realizados sobre os sintomas da Covid-19. “Os principais sinais clínicos são, sem sombra de dúvidas, febre, tosse, mialgia e fadiga. A dor de garganta apresenta uma prevalência baixa, demonstrando que as primeiras manifestações da Covid-19 são de trato respiratório mais baixo”, destacou Vinícius.

A moderadora conselheira Andrea Cotait e o palestrante conselheiro Vinícius Santos

Um ponto de atenção para os profissionais que lidam com pacientes de Covid-19 é o sinal clínico indicador de casos graves mais relevantes: “Nos pacientes graves o sinal clínico mais associado é a dispneia. Secundariamente, mas ainda com nível de significância, temos a fadiga. Indivíduos que apresentam fadiga também têm um maior nível de mortalidade”, destacou o conselheiro.