Garantir a segurança do paciente em situações de urgência e emergência exige planejamento

As situações de urgência e emergência são rotina para profissionais que atuam em viaturas e bases de atendimento pré-hospitalar ou pronto-socorros e, apesar do estresse de tais situações e dinamismo das ações, a segurança como paciente não é ignorada. Mas com os profissionais que atuam em hospitais – com pacientes da clínica médica, por exemplo – onde o ritmo da assistência é diverso do que ocorre no APH, podem estar preparados e garantir a segurança do paciente em situações de urgência e emergência? Previsão e planejamento são as respostas oferecidas durante a palestra da Dra. Claudia Laselva, durante o 1º Fórum de enfermagem – Segurança do Paciente.

Em sua apresentação, Cláudia Laselva lembrou que a os profissionais que não vivem regualmente situações de emergência têm pouca intimidade com as medidas para a Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP). Destacou, ainda, a experiência da instituição em que atua, o Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), onde treinamento e padronização de procedimentos visam garantir o atendimento rápido e livre de danos ao paciente.
Na instituição, as situações de emergência receberam códigos, conforme suas características. Paradas cardiorespiratórias contam com uma equipe para resposta imediata e são identificadas pelo código azul. Já as alterações agudas no estado de saúde dos pacientes são indicadas pelo código amarelo. E mesmo pessoas que estão apenas passando pelo hospital, como visitantes, acompanhantes ou funcionários, não são ignorados no atendimento de emergência, recebendoo código laranja de alerta para atendimento.

Em cada um dos três códigos, existem equipes treinadas exaustivamente para prestar a assistência de forma eficiente e segura. Nos casos de atendimento de RCP, por exemplo, os pontos críticos, e que receberam atenção da organização do grupo, foram a necessidade de capacitar todos os profissionais de enfermagem diretamente envonvidos na assistência para o reconhecimento dos primeiros sinais da parada e execução imediata das manobras iniciais de reanimação; o desenvolvimento de um sistema de comunicação eficiente para os membros da equipe de ressuscitação e até mesmo o envolvimento do setor de segurança do ospital, que garante a disponibilidade imediata dos elevadores para o deslocamento da equipe e do paciente.

Uma das medidas que recebeu especial cuidado foi garantir que todos os materiais e equipamentos do carrinho de parada estejam atualizados, em condições de uso. A disposição e identificação dos itens do carrinho também foram cuidadosamente estudadas. Adrenalina e atropina, por exemplo, que eram comumente confundidas, passaram a ser identificadas por cores diferentes, evitando o erro na utilização.

A criação das equipe de profissionais que respondem aos chamados do código amarelo inspirou-se nos princípios dos Times de Resposta Rápida, e envolvem os profissionais assistenciais e médicos intensivistas. O código amarelo, acionado quando se detecta qualquer alteração aguda do paciente, nos aspectos circulatório, neurológico ou respiratório, pemite que o quadro seja rapidamente avaliado, evitando qualquer piora. A literatura foi citada por Claudia Laseva, em estudo provando que 70% dos pacientes apresentam deterioração no padrão respiratório nas 8 horas anteriores à parada cardiorespiratória, mas apenas em 25% dos casos o médico é notificado a respeito do evento.

Cláudia Laselva também alertou os participantes do evento para a necessidade do empoderamento do enfermeiro que, através de treinamento e capacitação contínuos, está apto a adotar medidas que garantam a segurança do seu paciente nas emergências.