Enfermeira capa da revista “Claudia” fala sobre vitórias recentes da categoria

A edição de janeiro de 2021 da Revista Claudia, da editora Abril, traz na capa a enfermeira intensivista Jane Cristina Dias Alves. Gerente de enfermagem da UTI do Hospital São Paulo, unidade localizada na capital e ligada à Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp), Jane foi uma das voluntárias das pesquisas da vacina da Universidade de Oxford/AstraZeneca para imunização contra a Covid-19.

Na reportagem da Claudia, a profissional representou toda a categoria, que está em grande evidência pelos esforços no combate à pandemia. Além disso, Jane deu seu depoimento à revista sobre ser voluntária da vacina de Oxford. “Contribuir com projetos que visam a preservação humana me motiva e acredito que nossa postura ativa em busca de melhores condições de vida para a sociedade é extremamente valiosa.”, disse ela na reportagem.

A enfermeira Jane Cristina Dias Alves na capa da revista “Claudia”

A seguir, Jane fala sobre os detalhes de seu trabalho durante a pandemia, o momento atual que a enfermagem enfrenta como categoria e sobre sua entrevista à revista da editora Abril.

Coren-SP: O protagonismo exercido pelos  profissionais de enfermagem na saúde tem sido retratado com mais profundidade pela mídia, situação que foi potencializada pela pandemia. Na sua opinião, a sociedade finalmente despertou para a importância desses profissionais dentro do sistema de saúde?

Jane Cristina Dias Alves: Foi claro o reconhecimento da nossa profissão por parte da população dentro dos serviços de saúde, como já acontecia rotineiramente, e hoje vejo um olhar de valorização de fato da equipe de enfermagem junto à população e dentro da equipe multiprofissional. Mas, acima de tudo, assisto à ressignificação do próprio profissional de enfermagem que se sente parte essencial e enriquecedora da equipe de saúde.

Jane e parte da equipe de UTI do Hospital São Paulo

Coren-SP: Como tem sido a repercussão para você dessa atenção que a enfermagem finalmente tem ganhado? E como tem sido a repercussão da sua entrevista à revista Cláudia dentro do seu ambiente de trabalho e nos outros ambientes que fazem parte do seu dia a dia?

Jane: Percebi os profissionais de fato orgulhosos por estarem sendo destacados como indivíduos fundamentais neste momento de pandemia. A repercussão da minha entrevista foi espetacular. Tive um misto de orgulho, presenteada com essa visibilidade, trazendo felicidade e empatia aos meus colegas de profissão, meus superiores, professores e colegas de turma da formação acadêmica, meus familiares, meus amigos. Muitos elogios e agradecimentos por estar representando a nossa profissão numa revista de alcance nacional.

Coren-SP: O que você, como enfermeira e, portanto, com formação científica na área da saúde, tem a dizer sobre os ataques às vacinas para a Covid-19? 

Jane: Como enfermeira entendo que tenho a responsabilidade de exercitar a educação em saúde com todos que me cercam, sendo esta uma atribuição que me foi ensinada na academia. Percebo também que a população está culturalmente acostumada a reagir de forma intervencionista na doença, e, de fato, deixam de lado as medidas de prevenção à saúde, haja visto ainda a resistência de inúmeras pessoas em respeitar as recomendações de proteção contra a Covid-19. Outro ponto crucial são as fragilidades nos órgãos governamentais responsáveis pelo reforço positivo em incentivar a população a compreender que a vacina é uma forma possível e nobre de manutenção da saúde coletiva. O caminho é investir em conhecimento! Em ações preventivas e em promoção à saúde.

Coren-SP: O que você espera que a enfermagem conquiste como legado deste momento, depois que a pandemia terminar?

Jane: Espero que a enfermagem lute por melhores condições de sua formação e atualizações para exercício profissional de qualidade, dignidade para promover a assistência à saúde da população que cuidamos com tanto apreço e, diariamente, reflita sobre seu papel de agente engrandecedor dentro da nossa sociedade. Juntos somos mais fortes!