CPI da Covid-19: Enfermeira, ex-coordenadora do PNI, demonstra conhecimento técnico, denuncia falhas e é elogiada no senado

Convocada para depor na CPI da Covid no Senado Federal, a ex-coordenadora do PNI (Programa Nacional de Imunizações) do Ministério da Saúde, Francieli Fontana Fantinato, demonstrou nesta quinta-feira (8/7) amplo conhecimento técnico e gerencial acerca das políticas de imunização necessárias para o enfrentamento da pandemia. Segundo ela, a quantidade insuficiente de vacinas para vacinação em grande escala e a falta de comunicação para a ampla divulgação da campanha de imunização foram grandes entraves. “Faltou para o PNI, sob a minha coordenação, quantitativo suficiente para a execução rápida de uma campanha, e campanhas publicitárias para a segurança dos gestores, profissionais de saúde e população brasileira”, afirmou, justificando os motivos pelos quais o maior programa de imunização do mundo (em referência ao Brasil) teve dificuldades para cumprir o seu papel.

Após prestar depoimento, a enfermeira foi, por votação, retirada da lista de investigados e de quebra de sigilo, passando para lista de testemunhas.

Ela ainda destacou a importância dos conselhos no assessoramento técnico do processo de imunização. “O PNI sempre soube o que deveria fazer. É assessorado pelos conselhos, sociedades científicas e maiores especialistas em vacinação”, disse. “Portanto, há que se considerar que o PNI, estando sob qualquer coordenação, não terá uma campanha exitosa sem vacinas e sem comunicação. (…) Ainda assim, me esforcei ao máximo para manter uma comunicação alinhada com os estados. Trabalhei incansavelmente, 24 horas por dia, sete dias por semana, para vacinar a população brasileira. Para o programa de vacinação ter sucesso é simples. É necessário ter vacinas e campanha publicitária efetiva. Eu não tive nenhum dos dois”, denunciou Francieli.

A enfermeira também homenageou os colegas de profissão durante seu depoimento na CPI. “Formei-me em enfermagem em 2003, pela Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná. Sou enfermeira e como tal parabenizo o trabalho de todos auxiliares, técnicos e enfermeiros e todos os profissionais de saúde do nosso país, que desde o início estão trabalhando no enfrentamento à Covid, abdicando de suas famílias e não medindo esforços para trazer conforto para a população brasileira”.

Francieli foi exaltada pelos integrantes da CPI, que disseram que ela “saiu da condição de investigada para a condição de testemunha, sendo elogiada pelos membros da comissão”, nas palavras de Eliziane Gama, senadora do estado do Maranhão.

O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues, também não poupou elogios à enfermeira. “Você enaltece todos os trabalhadores da saúde do Brasil”.