Conferência destaca que ambiente de trabalho influi nos resultados do cuidado

O ambiente de trabalho da enfermagem pode estar estruturado de forma que possa ser um apoio para a prática plena da enfermagem – ou, para destruir esta possibilidade. A afirmação é da enfermeira norte-america Eileen Lake, da Universidade da Pensilvânia, convidada pelo COREN-SP a falar sobre o assunto durante a programção científica do 1o Fórum de Enfermagem – Segurança do Paciente, que acontece até dia 28, no Expo Center Norte, em São Paulo.

Alguns aspectos do ambiente que influem na assistência de enfermagem e na segurança das ações são: o relacionamento dos enfermeiros com os médicos; o apoio da equipe para sua gerência de enfermagem; a adoção, pela equipe de enfermagem, de modelos e filosofias próprias de prestação de assistência (ao invés de seguirem ou reproduzirem modelos médicos de assistência); o reconhecimento por parte da equipe multiprofissional da importância da enfermagem para manter os pacientes vivos, seguros, e em administrar os momentos críticos na saúde desses; a existência de profisisonais de enfermagem e recursos em número suficiente para a pretação da assistência rápida e segura.

Eileen Lake exemplifica que,em um ambiente ideal, quando o professional de enfermagem detecta piora no quadro do paciente, é possível agir rapidamente para conseguir os recursos necessários na própria unidade de enfermagem; suporte de outros enfermeiros e reposta rápida do médico, atuando para controlar a deterioração do estado do paciente e prevenir maiores danos.A prevenção de infecções também sofre impacto positivo de um abiente favorável ao cuidar seguro. Quando o ambiente em que o profissional de enfermagem atua proporciona interrupções mínimas no cuidar, de forma que o enfermeiro possa assistir seu paciente sem que seja necessário ter que sair apressadamente para atender as necessidades imediatas de outro paciente, ou para atender um telefonema, os profissionais teriam condições de realizar a obrigatória lavagem de mãos, ao passar de um paciente a outro. Ou seja, o ambiente apoia ou destrói a intenção de prover o cuidado seguro para o qual o profissional foi treinado.

“Quando as instituições trabalham com quadros reduzidos, a enfermagem não consegue supervisionar, monitorar ou avaliar adequadamente seus pacientes, para que possa detectar sua resposta ao tratamento e às medicações, para avaliar se o paciente está sob risco de queda ou de desenvolver úlcera por pressão, ou mesmo para detectar mudanças sutis no estado do paciente, que possam indicar piora em sua condição”, concluiu a conferencista.