Com mais de 1,8 milhão casos em três meses, dengue atinge recorde histórico no Brasil

Enfermagem tem papel fundamental no combate à epidemia de dengue. Confira nota técnica.

O Brasil registrou 1.889.206 casos prováveis e confirmados de dengue nas 11 primeiras semanas de 2024, superando o total de casos de todo o ano passado. Dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, atualizados na segunda-feira (18), revelam a maior incidência da série histórica, iniciada em 2000. O país também registrou 561 mortes por dengue. Outros 1.020 óbitos estão em investigação. Noves estados brasileiros e o Distrito Federal decretaram emergência.

A vacina Qdenga, eficaz contra os quatro sorotipos da doença, está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças e jovens de 10 a 14 anos, nos municípios considerados críticos. A faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações, juntamente com idosos, para os quais a vacina ainda não foi aprovada. Dados do Observa Infância (Fiocruz) divulgados neste final de semana apontam que a letalidade da doença é maior entre bebês e crianças muito pequenas.

“Neste cenário, a equipe de Enfermagem é fundamental para o enfrentamento da dengue, atuando na prevenção, assistência e pesquisa”, afirma o  Eduardo Fernando de Souza, coordenador da  Comitê de Operações de Emergências em Saúde (COES/Cofen). “Monitorar os sinais vitais, solicitar exame e dar início à hidratação está entre as atribuições do enfermeiro na assistência, neste contexto”, explica.

Nota técnica sobre competências e atribuições do enfermeiro no enfrentamento da epidemia de dengue no Brasil aponta os sinais de alarme da dengue, norteando os profissionais de saúde no momento da triagem, e consequente evolução clínica e casos de hospitalização. O enfermeiro está capacitado para oferecer um cuidado abrangente, englobando a elaboração, implementação, execução de planos de cuidados e tomada de decisão,  incluindo solicitação de exames para diagnóstico, controle e acompanhamento, prescrição de soro de reidratação oral e medicação oral para dor, febre e náusea, entre outras atribuições.

Prevenção – A principal ação de combate a dengue continua sendo o controle do seu vetor, o mosquito aedes aegypti. Vasos com água, pratos, pingadeira, recipiente de degelo de refrigeradores, bebedouros e pequenas fontes ornamentais são potenciais criadouros de mosquito, que tem preferência por água parada e limpa. Caixas d’água e calhas também devem ser monitoradas. Os repelentes recomendados contra o aedes aegypti são os com concentrações de icaridina acima de 20% ou de DEET entre 20% e 50%. Telas nas janelas e roupas de manga longa também reduzem o risco de picada.

A melhor forma de combater a dengue é impedir a reprodução do mosquito. Foto: Arte/EBC

Fonte: Ascom/Cofen

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