Automedicação pode afetar cura para dor crônica de cabeça, afirma especialista

Cerca de 30 milhões de pessoas sofrem com dores de cabeça no Brasil, conforme a Academia Brasileira de Neurologia (ABN). De acordo com as estatísticas, 93% da população em geral já teve dor de cabeça em alguma época da vida, sendo que 31% precisaria de tratamento médico adequado em razão da incapacidade funcional que as crises causam. As mulheres são as que mais sofrem com os males: 76% relatam pelo menos uma dor de cabeça ao mês, contra 57% dos homens. As crianças também sofrem com os sintomas, e não é ?manha? como muitos pais dizem. Entre crianças, 39% aos 6 anos já sabem o que é ter dor de cabeça, e aos 15 anos, 70%. Infelizmente, uma grande parte dos portadores de cefaléia acaba se acostumando com esse mal e incorporando ao seu cotidiano, encarando-o como inevitável e abusando do uso de analgésicos. Essas medicações, na maioria das vezes são prescritas por balconistas de farmácias, vizinhos ou amigos, podem não só piorar como cronificar uma dor de cabeça que era esporádica. ?O problema é que a pessoa pode mascarar alguns sintomas e encobrir a doença que ela realmente tem?, alerta Célia Roesler, coordenadora do Departamento de Cefaléia da ABN. Ela explica que isso acontece pois as cefaléias podem ser primárias (quando é a doença em si) ou secundárias ? quando surge como apenas mais um sintoma de outra doença (exemplo sinusite, meningite). Um diagnóstico correto levará a um tratamento adequado. A doutora Célia informa que o indivíduo deve procurar tratamento quando as dores passam a ser frequentes e atrapalhar a rotina.