Atuação do profissional de enfermagem na radiologia ainda é pouco conhecida

O que faz o profissional de enfermagem que atua na radiologia? As atividades variam de acordo com o setor, mas fundamentalmente se baseiam na assistência segura e de qualidade. Por exemplo, na ressonância magnética, a equipe checa o nome, faz a consulta de enfermagem, resgatando a história do paciente, dá orientações para o exame, retira todos os objetos de metal do paciente, verificando se tem marcapasso, piercing, etc. Os auxiliares controlam os sinais vitais, fazem punções, posicionam o paciente para o exame, administram o contraste e participam da indução de anestesia com o enfermeiro e o médico. Cabe também ao enfermeiro gerenciar o agendamento e controlar a segurança do paciente.

Na tomografia computadorizada, também ocorre a consulta de enfermagem, especialmente para identificar pacientes com histórico de alergias e contraindicações para contrastes. São quatro tomógrafos, com um auxiliar para cada máquina, mais um na sala de repouso e outro na sala de punção.

Na ultrassonografia, o profissional posiciona o paciente e faz as checagens de nome e exame. Também faz a consulta de enfermagem, organiza a agenda, ajuda na biópsia por sedação, gerencia os equipamentos etc. São 14 auxiliares e um enfermeiro por turno.

Desconhecimento

O maior desafio da enfermagem em radiologia é a batalha pelo reconhecimento. Em parte porque a radiologia é uma especialidade recente – o raio-X é aplicado há cerca de um século, e técnicas de imagem como tomografia e ultrassonografia têm apenas algumas décadas. Outra razão é o desconhecimento da importância do profissional de Enfermagem nas clínicas de imagem. “Creio que nem as instituições perceberam ainda a importância da enfermagem para ajudar a radiologia e se desenvolver e prestar uma assistência com mais qualidade”, diz Eliana Porfírio, enfermeira-chefe do Instituto de Radiologia (InRad) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

O caso da diretora de enfermagem do InRad é exemplar desse desconhecimento. A enfermeira Rosemeire Keiko Hangai chegou ao instituto em março para assumir a diretoria. Antes, havia trabalhado por 23 anos na UTI do Instituto da Criança. “Não tinha noção do que era a radiologia, acabei descobrindo aqui, aos poucos”, diz Rosemeire.

Exemplo para os demais centros de diagnóstico de imagem, o InRad possui cerca de 90 profissionais de enfermagem, entre enfermeiros e auxiliares. Cada setor tem um enfermeiro líder para cada turno. Cada máquina tem um auxiliar, pelo menos.