Primeiro evento sobre navegação de pacientes é realizado no Coren-SP

Um evento diferente, sobre um tema ainda pouco conhecido no Brasil, tomou conta do auditório da sede do Coren-SP na manhã desta quinta-feira (30/1): uma mesa-redonda sobre navegação de pacientes.

Criada pelo médico americano Harold Freeman nos anos 90, a navegação consiste no acompanhamento do paciente de alta complexidade pelo profissional de saúde, que irá auxiliar esse paciente a eliminar todas as barreiras e dificuldades que possam atrapalhar o tratamento.

Renata Xavier Madrid, Ana Cláudia Pinto e Gisele Dias Santos

Coordenada pela enfermeira navegadora Renata Xavier Madrid, do Hospital Leforte, a mesa-redonda também contou com a participação das enfermeiras Lucimara Camalionte, do Hospital AC Camargo; Janaina Lopes, do Hospital Paulistano e Gisele Dias Santos, do Hospital Israelita Albert Einstein. A médica Ana Cláudia Pinto, da Sharecare, também participou da mesa.

Por ser uma área relativamente nova e pouco conhecida no Brasil, os profissionais que trabalham com navegação de pacientes procuram atualmente uma maior divulgação do trabalho que desenvolvem com o objetivo de, no futuro, ter a navegação reconhecida como uma especialidade.

Lucimara Camalionte e Janaina Lopes

Um dos focos dos debates desta quinta-feira foi sobre as melhores formas de se adaptar o conceito americano de navegação de pacientes à realidade brasileira. “Temos que entender que somos um país em desenvolvimento e nos questionar sobre qual olhar traremos à nossa população”, colocou Renata Madrid.

Lucimara Camalionte concordou: “Temos que evitar copiar e colar o modelo dos outros. Temos que pensar como iremos aplicar isso aqui”, refletiu.

A conselheira Érica Chagas parabenizou as profissionais pelo evento e colocou o Coren-SP à disposição dos profissionais da área

Gisele Dias Santos, que gere o serviço no Hospital Albert Einstein, compartilhou uma experiência que auxiliou a implantação do serviço no hospital. “Um dos desafios é a questão do setor de Recursos Humanos. No Einstein, fizemos um trabalho de descrição do cargo, para que nossos profissionais pudessem se sentir enfermeiros navegadores titulados”, disse.

A enfermeira Janaina Lopes lembrou que, dentro da área da saúde, o profissional enfermeiro é um dos mais qualificados para fazer a navegação de pacientes – trabalho que exige tanto o conhecimento assistencial quanto o conhecimento administrativo. “Quando se fala em gestão do cuidado, pensamos em enfermagem”, disse.

O público aproveitou para conhecer melhor o trabalho do navegador de pacientes

A médica Ana Cláudia Pinto reforçou a necessidade dos profissionais de saúde investirem na sua própria formação como gestores, para que possam trabalhar em áreas como a navegação, que exige muito conhecimento gerencial. “Precisamos formar gestores enfermeiros e gestores médicos. Precisamos formar por meio de MBAs. Temos que, como profissionais de saúde, nos apropriar da gestão”, ressaltou.

No fim da mesa-redonda, a conselheira Érica Chagas tomou a palavra para parabenizar as profissionais pela iniciativa e ressaltar o reconhecimento que o Coren-SP dispensa à navegação de pacientes. “Parabéns pelo evento que vocês realizaram na manhã de hoje. Acreditamos que este seja um assunto extremamente relevante. Tudo o que pudermos fazer em relação a essa área, nós iremos fazer”, finalizou.