Dia Mundial da Saúde: Coren-SP promove debate sobre o papel da enfermagem no SUS
A situação da enfermagem no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) e as perspectivas para os profissionais que militam nessa área foram debatidas no evento “Inserção da Enfermagem nas Políticas de Saúde do SUS: Avanços e Desafios”, realizado na manhã desta sexta-feira (6/4) na sede do Coren-SP.
“A ideia deste evento foi trazer uma discussão sobre como estamos frente às políticas públicas de saúde. É importante ressaltarmos a complexidade desses serviços e desenharmos um cenário melhor para nossa assistência”, ressaltou a presidente do Coren-SP, Renata Pietro, durante a abertura dos debates.
O vice-presidente da autarquia, Cláudio Silveira, chamou a atenção para alguns problemas atuais envolvendo a Atenção Básica. “A política pública voltada à Atenção Básica vem gradativamente sendo desmontada. Envolver a população nessas discussões é fundamental. Faremos eventos similares a este também no interior, pois os debates não podem ficar só aqui na capital”.
O evento contou com três palestras de especialistas abordando áreas distintas do SUS e foi moderado pela conselheira Rosana Garcia, gestora de enfermagem na Prefeitura Municipal de Campinas. “Antes de sermos profissionais de enfermagem, somos cidadãos. Temos que lutar por nossos direitos. A primeira valorização que devemos ter é a nossa própria valorização”, disse Rosana.
Na primeira palestra do dia, o conselheiro Eduardo Fernando de Souza, especialista em Atendimento Pré-hospitalar, traçou um amplo panorama da situação atual da rede de serviços de Urgência e Emergência no Brasil e no estado de São Paulo. “Se a Atenção Básica funciona bem, todos os serviços da saúde, inclusive os de Urgência e Emergência funcionarão bem”, disse Eduardo.
Ele apontou a grande evolução que essa área apresentou na última década, mas também pontuou alguns problemas, como uma visão excessivamente hospitalocêntrica, o transporte de pacientes sem regulamentação e a falta de investimentos em qualificação profissional.
A professora e gestora na Prefeitura Municipal de São Paulo, Valnice de Oliveira Nogueira, foi a segunda palestrante da manhã. Ela discutiu a enfermagem na Atenção Básica e sua inserção no ensino-serviço.
Entre outros temas, ela destacou a necessidade da tomada de consciência do profissional sobre as tarefas que desempenha e sobre suas próprias funções. “A gente precisa compreender quais são os nossos processos de trabalho para que façamos, de fato, o papel de organizadores da Atenção Básica”, defendeu.
A última palestra do dia foi da enfermeira Vanessa Carneiro Gonçalves. Coordenadora da Organização de Procura de Órgãos (OPO) da Unifesp, ela falou sobre o papel do enfermeiro nos transplantes.“A enfermagem tem um papel primordial nesse processo, por estarmos 24 horas por dia com o paciente”, esclareceu. Dentre os trabalhos desenvolvidos especificamente por enfermeiros em relação à doação e ao transplante de órgãos, ela citou a visita eletiva, que funciona como uma forma de buscar ativamente por órgãos por meio do levantamento de pacientes com morte encefálica nos diversos hospitais.