Para a terceira idade, atendimento de primeira

O Brasil está passando por uma transformação demográfica. Constata-se nas últimas décadas um processo de envelhecimento da nação brasileira, resultado da queda da taxa de natalidade e do aumento da expectativa de vida. Essa nova realidade está descaracterizando a pirâmide etária, que, em um processo cada vez mais acelerado, apresenta a diminuição da sua base, enquanto o topo se alarga. É a quantidade de jovens diminuindo e a de idosos em plena ascensão.

A partir dessa realidade, o Brasil passa a seguir uma tendência mundial, rumo à consolidação de uma população majoritariamente idosa. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas a partir dos 60 anos será maior do que o de crianças com até 14 anos já em 2030 e, em 2055, a participação de idosos na população total será maior que a de crianças e jovens com até 29 anos.

Ao mesmo tempo em que essas mudanças mostram avanços na melhoria da qualidade de vida da população, elas trazem à tona uma série de gargalos, sobretudo na área da saúde. Nesse contexto, a Enfermagem assume papel importante. A atuação dos profissionais da área é fundamental na assistência à terceira idade, sobretudo nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI). “Tem pouquíssimos enfermeiros especialistas nessa área e eles são profissionais importantes e essenciais nesse tipo de assistência, porém é preciso se capacitar”, avalia Monique Cavenaghi, chefe da Fiscalização do Coren-SP, especialista em gerontologia. Ela considera que há uma grande lacuna em termos de uma legislação específica que norteie a atuação dos profissionais de Enfermagem nessa área.

O atendimento à terceira idade tende a ser um campo de trabalho promissor, devido ao aumento gradativo da demanda. “A população está envelhecendo e é difícil você encontrar uma mulher que só trabalha em casa, ou mesmo famílias grandes que possam dividir o cuidado do idoso. Então, cada vez mais, a moradia dentro de uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) tem sido uma opção”.

Atuar nessa área exige um preparo diferenciado dos profissionais de Enfermagem. É recomendado que eles tenham formação específica, como uma especialização lato sensu e cursos livres relacionados ao idoso, além de aptidão mais profunda na atuação em equipe.

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