O atendimento a casos de Ovace

A atitude do profissional e o conhecimento das manobras para cada faixa etária podem fazer a diferença entre a vida e a morte

Você está no final do plantão, na enfermaria, e um bebê de 5 meses, que terá alta em poucas horas, começa a arregalar os olhos, agitando bracinhos e perninhas. Você observa um líquido esbranquiçado escorrido no canto da boca dele e percebe que tem algo errado. É um caso de Ovace e uma atitude precisa ser tomada, rapidamente. O que vocês fariam?”, pergunta a enfermeira de educação continuada Gisele Gentil, aos participantes de uma oficina de Atendimento a Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho (Ovace), organizada pelo Coren-SP Educação, por meio de exposição teórica e demonstrações práticas com uso de bonecos simuladores.

“É muito importante saber fazer a manobra corretamente, mesmo estando dentro do hospital, para evitar a bradicardia e a consequente parada cardiorrespiratória”, destaca Gisele.

A educadora lembra que 90% das mortes por aspiração de corpo estranho ocorrem em crianças menores de cinco anos. Líquidos, alimentos e pequenos objetos são os principais responsáveis pelas obstruções. Nos casos leves, o paciente ainda consegue tossir e emitir alguns sons ou chiado, o que não ocorre nos casos graves.

Para realizar a manobra em crianças menores de um ano, a educadora ensina a apoiar a região ventral do bebê no antebraço, usando dois dedos para manter a boquinha aberta, e dar tapinhas com a mão espalmada nas costas. Repetir cinco vezes, virar o bebê e pressionar, com dois dedos, por mais cinco vezes, a região intermamilar. A posição posterior e anterior vai sendo trocada até a saída do conteúdo ou a mudança de atitude da criança. O profissional deve realizar a manobra sentado ou com o braço apoiado em cima de uma maca. “É importante estar atualizado porque a saúde é muito dinâmica e o conhecimento de ontem já não é o de hoje”, destacou a técnica de Enfermagem Olinda Beralto, que participou da oficina em 2016. 

 

(foto de capa: A Tribuna)