Novo coronavírus: confira as orientações

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo divulgou novas informações e orientações sobre o coronavírus. Os profissionais estão orientados a identificar e notificar eventual caso suspeito com critérios clínicos e epidemiológicos preconizados pela OMS e Ministério da Saúde. 

Do ponto de vista clínico, devem ser observados casos com febres e sintomas respiratórios, como tosse e dificuldade para respirar, associados aos seguintes aspectos epidemiológicos: histórico de viagem na área com circulação do vírus (confira nos boletins da OMS, abaixo), contato próximo caso suspeito ou confirmado laboratorialmente para coronavírus. É considerado “contato próximo” quando houver exposição por período prolongado, com 2 metros de proximidade de um caso suspeito – por exemplo, residência no mesmo local ou contato com fluídos corporais sem uso de EPI adequado (equipamento de proteção individual).

A dinâmica de transmissão do vírus ainda está em análise pelas autoridades internacionais, bem como manifestações clínicas e fonte de infecção. Ainda assim, a Vigilância Epidemiológica estadual recomenda que sejam tomadas medidas de biossegurança pelos profissionais, a saber: uso de máscara cirúrgica no paciente suspeito, que deverá ser identificado e isolado precocemente; higienização completa das mãos; e uso de EPIs.

Como toda doença infecciosa, o tratamento do coronavírus é realizado conforme o quadro clínico do paciente e deve ser iniciado imediatamente, independentemente da confirmação laboratorial. Se necessário, amostras deverão ser coletadas o mais rápido possível e enviadas ao Instituto Adolfo Lutz, laboratório de referência nacional situado em SP. Até o momento, nem OMS nem CDC (Center for Disease Control and Prevention – Centro de Prevenção e Controle de Doenças, na tradução) estabelecem que se faça teste de coronavírus para pessoas que não se enquadrem no critério descrito acima. Assim, casos suspeitos deverão ser testados inicialmente para confirmação ou descarte de outras doenças, especialmente Influenza, atualmente em circulação no Hemisfério Norte.

Notificação

Os casos suspeitos de infecção pelo coronavírus devem ser notificados pelo serviço de saúde que atender o paciente imediatamente, em até 24 horas. A comunicação deve ser feita à respectiva Secretaria Municipal de Saúde e ao CIEVS estadual (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde) – por telefone (0800 555 466) ou e-mail (notifica@saude.sp.gov.br). As informações devem ser inseridas na ficha de notificação definida pelo Ministério da Saúde.

Plano de Risco

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo criou um Plano de Risco e Resposta Rápida para atuar no monitoramento do coronavírus. Embora a circulação esteja restrita a locais específicos da China, a pasta mobilizou uma rede, que se dedicará a observar o cenário internacional, dialogar com o Ministério da Saúde e organismos internacionais, orientar profissionais do SUS em SP e garantir rápida resposta em eventual necessidade.

O comitê estratégico responsável pelo plano é liderado pela Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e conta com a participação do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica), escritório da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em São Paulo – que atua em aeroportos e no porto -, a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, a Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde da capital) – considerando que a cidade é polo de transição internacional -, e o Cosems-SP (Conselho de Secretários Municipais de Saúde), com apoio de todas as Secretarias Municipais de Saúde do Estado.

O Instituto Butantan foi integrado no Plano de Risco por sua expertise em inovação, pesquisa e desenvolvimento de imunizantes. Na área diagnóstica, o Instituto Adolfo Lutz dará todo suporte laboratorial para investigação de caso. O Grupo de Resgate (Grau) dará suporte no deslocamento e atendimento inicial e, além disso, o Instituto de Infectologia Emílio Ribas e o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP), unidades de alta complexidade, serão as referências na área assistencial. Outras instituições poderão ser integradas, se houver necessidade.

Recomendações aos profissionais da área da saúde

Para os casos suspeitos é recomendado que o paciente use máscara cirúrgica logo no início e seja mantido em quarto privativo. Os profissionais devem usar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção). Casos graves devem ser encaminhados para um hospital de referência, e os leves devem ser acompanhados pela atenção básica em saúde.

Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

O Ministério da Saúde também orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:

  • Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas;
  • Realizar lavagem frequente das mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente;
  • Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
  • Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
  • Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
  • Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
  • Manter os ambientes bem ventilados;
  • Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença;
  • Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.

A OMS detectou que a transmissão pessoa a pessoa está acontecendo entre familiares e profissionais de saúde em contato com indivíduos infectados na cidade de Wuhan (China) que é, até o momento, o único local conhecido com transmissão.

A vigilância sanitária ainda orienta adoção de medidas nos pontos de entrada do país como os portos, aeroportos e fronteiras:

  • Atenção para detectar suspeitos;
  • Orientação para notificação imediata destes casos;
  • Elaboração de avisos sonoros com recomendações sobre sinais, sintomas e cuidados básicos;
  • Intensificar procedimentos, limpeza e desinfecção de Equipamentos de Proteção Individual (EPI);
  • Orientar equipes dos postos médicos quanto à detecção de casos suspeitos;
  • E atender a possíveis solicitações de listas de viajantes para investigação de contato.

Mais informações:

Para  informações referentes às ações em SP, clique aqui.

Para mais informações sobre o cenário nacional, consulte o site do Ministério da Saúde.

Confira o cenário internacional nos boletins da OMS (Organização Mundial da Saúde).

 

Fonte: Ministério da SaúdeSecretaria de Estado da Saúde de São Paulo e Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul