Inspeção do Coren-SP na Prevent Senior Paraíso descarta prescrição de medicamentos por enfermeiros na pandemia

O Coren-SP está promovendo uma série de inspeções nas unidades da Prevent Senior para apurar se houve atuação de enfermeiros na prescrição de medicamentos e oxigênio para pacientes com Covid-19, durante a pandemia. Desde o início da crise sanitária, o Conselho fiscalizou ativamente e minuciosamente as unidades de saúde do estado de São Paulo, incluindo os hospitais da Prevent Senior.

Conselheiro Wagner Batista dialogou com profissionais da linha de frente durante a inspeção

Na última terça-feira (5/10), o conselheiro Wagner Batista e a fiscal Carolina Ferri inspecionaram a unidade hospitalar do Paraíso, para averiguar a atuação da enfermagem em relação a denúncias relacionadas a supostas prescrições de medicamentos por profissionais da categoria, como hidroxicloroquina e ivermectina. “O Coren-SP vem, ao longo da pandemia, acompanhando de perto os planos de contingência implantados para atendimento a pacientes com Covid-19, para assegurar uma assistência segura à sociedade e, também, respaldar a enfermagem”, afirma o presidente James Francisco dos Santos.  

Durante a ação de fiscalização, os representantes do Coren-SP foram recebidos pela Responsável Técnica da instituição, Elisabete Fernandes; pela enfermeira da emergência e triagem, Vanusa Gomes Lima; pelas enfermeiras da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), Janaína Valentim e Gislaine Vieira; e pelo enfermeiro da clínica médica, Marcelo Montanini. Eles percorreram todos os setores do hospital, passando pela triagem, internação, consultas e UTI. Na ocasião, realizaram uma inspeção minuciosa de prontuários e documentos e conversaram de forma privada com profissionais de enfermagem da assistência direta ao paciente.

Conselheiro percorreu todos os setores da instituição

Durante os diálogos, questionaram se a enfermagem realizou a entrega do “kit covid”, que incluiria entre outros itens a hidroxicloroquina e ivermectina, sendo informados que a prescrição desses medicamentos jamais foi realizada pela enfermagem, sendo uma função exclusiva dos médicos. Os profissionais da linha de frente ainda informaram que os medicamentos eram prescritos de forma individual, de acordo com a consulta e diagnóstico dos pacientes, sem qualquer envolvimento da enfermagem na sua entrega, informação que foi confirmada pelo diretor clínico da Prevent Senior do Paraíso, Fernando Teiichi Costa Oikawa.

Durante a inspeção, o conselheiro Wagner Batista perguntou aos profissionais da intuição se havia algum protocolo instituído na unidade definindo diretrizes para a prescrição de medicamentos para tratamento de Covid-19 para enfermeiros, o que foi negado, não sendo identificada a existência de qualquer documento dessa natureza. “Sabemos que a prescrição de medicamentos pela enfermagem deve ocorrer apenas mediante protocolos previamente estabelecidos em programas de saúde pública ou, então, aprovados pela instituição de saúde, mas essa realidade não foi constatada na Prevent Senior. Todos os profissionais com quem dialogamos demonstram ter muita propriedade sobre o Código de Ética e a Legislação de rege a atuação da enfermagem e atestaram que não houve qualquer atuação da categoria na prescrição”, disse.

Responsável Técnica Elisabete Fernandes, conselheiro Wagner Batista e o enfermeiro da clínica médica, Marcelo Montanini

Além de averiguar as questões relacionadas ao tema dos medicamentos, a fiscal Carolina Ferri também tratou sobre o dimensionamento de pessoal com a RT Elisabete Fernandes. “Senti que o Coren-SP está aqui para respaldar a nossa prática profissional. A Carolina nos orientou sobre as diretrizes do Cofen, para dimensionamento na pandemia e foi muito esclarecedor”, afirmou.

Além da unidade do Paraíso, fiscais e conselheiros do Coren-SP estiveram nesta última semana nos hospitais do Alto da Mooca, Mooca e São Bernardo do Campo.