Fiscalização e conselheiros apuram denúncias no Hospital Pimentas-Bonsucesso, em Guarulhos
A fiscalização do Coren-SP está percorrendo as instituições do estado de São Paulo para apurar as condições de trabalho das equipes de enfermagem e a assistência prestada à população diante do agravamento da pandemia da Covid-19. Nesta terça-feira, os conselheiros Wagner Batista e Gesus Andrade (primeiro-tesoureiro) estiveram em ação fiscalizatória no Hospital Pimentas-Bonsucesso, de Guarulhos, junto com o fiscal chefe técnico da subseção, Osvaldo D’Andrea. É a segunda vez que as equipes de fiscalização do conselho inspecionam o hospital em 2021. Na primeira, em janeiro, foi constatado déficit de profissionais.
Durante a inspeção, os conselheiros e o fiscal apuraram denúncias encaminhadas por profissionais, relativas à falta de Equipamentos de Proteção Individual. Ao percorrerem os setores do hospital, desde o Pronto-socorro até a UTI, eles detectaram falta de luvas e verificaram que os aventais utilizados por profissionais tinham gramatura inferior à preconizada pela Anvisa (30g/m²). Também constataram déficit de profissionais. “Nós não estamos aqui para punir a enfermagem, mas sim, para identificar as situações em que a segurança da assistência está ameaçada, por falta de condições para o exercício profissional adequado”, disse o conselheiro Gesus Andrade.
Vagner Batista, também conselheiro, alertou as equipes. “Há muitos casos em que o profissional responde a processo ético porque é denunciado ou incorreu em erro, mas, na verdade, a instituição não havia garantido as condições adequadas para o trabalho. O Coren-SP está aqui para identificar essas situações e cobrar a sua regularização pelas instituições”, afirmou.
Em relação a questões trabalhistas, que foram apontadas por funcionários, como acúmulo de férias, os conselheiros informaram que irão encaminhar para a Comissão de Relações Institucionais do Coren-SP, para que seja articulada uma ação conjunta com o sindicato.
A inspeção foi acompanhada pela enfermeira e gerente assistencial, Rosana Pereira Vieira; pela coordenadora assistencial Lucileide de Azevedo Almeida; pela enfermeira do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), Claudia Silva e pelo enfermeiro de qualidade, Adalberto Pereira.
Após notificar todas as situações irregulares, o Coren-SP oficializará a Secretaria Municipal de Saúde, a Vigilância Sanitária e o Ministério Público do Trabalho. “Seguiremos apurando as denúncias dos profissionais e com a nossa fiscalização atuante, para que a enfermagem tenha condições de exercer a profissão com a segurança. Não existe fase vermelha para a nossa categoria. Seguimos na linha de frente do combate à pandemia e merecemos condições dignas”, disse o presidente do Coren-SP, James Francisco dos Santos.