Fiscalização do Coren-SP faz inspeções em hospitais da capital com foco em EPIs

A pandemia da Covid-19 gerou inúmeras manifestações de profissionais de saúde nas redes sociais, Ouvidoria, Chat, entre outros canais do Coren-SP, sobre a disponibilidade de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) nas instituições de saúde. Sensível a essa realidade e seguindo a determinação do Cofen, em sua portaria 251/2020, a presidente do Coren-SP, Renata Pietro, deliberou em Reunião Plenária desta quinta-feira 26/3, que os conselheiros integrem as inspeções de fiscalização com foco na segurança dos profissionais nesta situação de pandemia. 

Representantes do Coren-SP em inspeção de fiscalização no HAOC

As ações foram conduzidas pela Gerente de Fiscalização do Coren-SP, Lanny Hino; e acompanhadas pelo gerente executivo da área, Vagner Urias; pelos conselheiros Demerson Bussoni, Edir Kleber Bôas Gonsaga; Gergézio Andarde; Jefferson Caproni e Márcia Brito. A primeira inspeção ocorreu no Hospital Alemão Osvaldo Cruz (HAOC). Na ocasião, os representantes do Conselho foram recebidos pela Superintendente Assistencial da instituição, Fátima Gerolin; e pela enfermeira do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, Márcia Maria Baraldi. 

A gerente Lanny Hino apresentou as ações do Coren-SP no sentido de ampliar os canais de diálogo com os inscritos neste fase atípica provocada pela disseminação do Novo Coronavírus, a exemplo do Chat, disponível no site oficial do Conselho, com atendimento realizado pelos fiscais. Também averiguou as mudanças de fluxos promovidas no hospital para receber os casos suspeitos de Covid-19 e os protocolos para fornecimento e utilização de EPIs. 

As enfermeiras do HAOC explicaram que, embora seja uma situação nova a pandemia, a instituição já tinha grande rigor em relação às precauções relacionadas à infecções. Para conter a proliferação da doença na unidade, tanto entre pacientes, quanto para proteger os profissionais, o Pronto Atendimento foi dividido em PA1 e PA2. Assim que o paciente chega, ele se depara com uma triagem em que ele informa pelo acionamento de botões a sua enfermidade, tendo um específico para aqueles que têm problemas respiratórios ou suspeita de Covid-19. Acionado esse botão, o paciente deve usar a máscara cirúrgica e seguir para uma triagem onde os profissionais estão paramentados com avental, máscara N95, gorro e luva. Mas, se o paciente acionar os demais botões, no caso, por exemplo, de um problema ortopédico, ele é direcionado a outro PA, onde os profissionais estão paramentados com os equipamentos de rotina. Está sendo estruturado um terceiro Pronto Atendimento, para ampliação do atendimento da demanda que pode ser gerada pela pandemia. 

Todas as diretrizes são estabelecidas pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). “Embora seja uma situação nova, nós já detínhamos os conhecimentos técnicos sobre prevenção, como a correta lavagem das mãos. Neste momento, estamos intensificando todas as medidas e disseminando informações e materiais educativos, como vídeos sobre colocação e retirada de EPIs”, disse a enfermeira Márcia. 

A segunda inspeção do dia foi no Hospital do Servidor Público Municipal. A gerente Lanny Hino seguiu os mesmos ritos de fiscalização voltados para a pandemia, de acordo com as diretrizes preconizadas pelo Cofen. A coordenadora do Pronto Socorro, Paula da Costa Silva, e a enfermeira da área de qualidade, Maria Aparecida Testa, apresentaram as mudanças de fluxos da instituição para atender a nova demanda. Uma das medidas adotadas foi a criação do Centro de Acolhida Respiratória, para onde são conduzidos os pacientes que apresentam problemas respiratórios, com o objetivo de acolher os casos suspeitos. Segundo as enfermeiras, o hospital está seguindo as diretrizes da Anvisa em relação a EPIs. Assim estão sendo disponibilizados aos profissionais de enfermagem que lidam com os casos suspeitos o avental, a máscara cirúrgica, luvas e óculos de proteção, que devem ser utilizados caso a pessoa apresente tosse ou espirros. Na ala onde ficam os pacientes classificados como mais críticos, é disponibilizada a máscara N95, conforme definido pelas autoridades sanitárias e Ministério da Saúde. O paciente que apresenta sintomas respiratórios também utiliza a máscara cirúrgica. 

Ação fiscalizatória no Hospital do Servidor Público Municipal

Também foi promovida a separação de UTIs, entre casos de Covid e os demais; e está sendo providenciada uma UTI de retaguarda. Os protocolos de limpeza também foram atualizados. Um exemplo: se um paciente suspeito é conduzido para uma tomografia pelo elevador, após o seu desembarque é acionada uma equipe de limpeza para higienizar o local. A instituição também criou um Plantão Psicológico, que funciona das 9h às 15h, para atender os profissionais que atuam na linha de frente e também em outras áreas. 

“Diante desse cenário de pandemia e do que estamos acompanhando no cenário mundial, no Brasil e no estado de São Paulo, a fiscalização do Coren-SP está atuando para prover constantemente os profissionais de informação e, também, tornar o Conselho cada vez mais presente na vida da categoria. Essa ação demonstra que estamos cientes das necessidades e dificuldades da enfermagem e acompanhando de perto sua realidade”, disse a gerente de Fiscalização, Lanny Hino. 

O conselheiro Jefferson Caproni destacou que no estado de São Paulo, a enfermagem soma mais de 560 mil profissionais: “seja nos serviços públicos como privados, na atual conjuntura, a enfermagem está desenvolvendo certamente protagonismo ímpar no combate à Covid-19. Importante durante a fiscalização reforçar a importância dos EPIs, assim como as diretrizes estabelecida pela Anvisa e lavagem de mãos na prevenção de vários microorganismos, inclusive o Coronavírus”, disse. 

A conselheira Márcia Brito, que acompanhou a inspeção ao HAOC, considerou importante a iniciativa das gestoras de enfermagem de dispensar os funcionários de usarem os uniformes do hospital durante o período de pandemia, a fim de evitar os episódios de violência em espaços públicos. “Também considerei importante a preocupação que elas têm com o medo que os profissionais vêm sentindo frente à Covid-19, buscando reforçar as medidas de segurança”, disse.